José Roberto Guimarães, técnico do Barueri, fez um apelo emocionado em rede nacional após ver seu time derrotar o Sesi/Bauru em um duelo de Davi contra Golias e se classificar à final do Campeonato Paulista Feminino de Vôlei, há uma semana.
Ao vivo no SporTV, ele alertou: "Precisamos de ajuda e apoio para esse projeto tão bonito não morrer".
Depois do pedido, torcedores da equipe e fãs de vôlei de forma geral, que se referem às jogadoras como as "Chiquititas", iniciaram campanhas online para pedir que empresas olhem com carinho o projeto de Zé Roberto na cidade da grande São Paulo.
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O treinador, que é dono do centro de treinamento onde o time se prepara, tem bancado a equipe com recursos do próprio bolso. Os poucos patrocinadores ajudam com permutas de uniforme (Hummel) e cuidados de saúde (Prevent Senior). O salário das atletas é pago pelo próprio técnico.
Na última semana, Zé Roberto viu uma luz no fim do túnel. "A gente tem empresas querendo saber do projeto, querendo marcar reuniões para conversar. Isso é ótimo para a gente ter uma esperança de que as coisas podem acontecer. Senão, realmente vai acabar. A gente precisa continuar tendo essa possibilidade de alguém nos ajudar", afirmou o treinador.
Com orçamento baixo na comparação com os clubes mais ricos do país -Minas, Praia Clube, Osasco e Sesi, especialmente-, o time de Zé Roberto tem apostado em manter um elenco jovem, com algumas das melhores jogadoras sub-23 do país.
No entanto, sem conseguir equiparar os salários dos rivais ricos, todo ano o Barueri revela jogadoras e as perde no fim da temporada. Foram cinco baixas em 2020 e mais cinco agora. "A gente quer manter essas jogadoras durante quatro, cinco anos juntas. Participando, treinando, ganhando, perdendo", disse.
Mesmo com a dificuldade para dar continuidade ao trabalho, Zé Roberto tem colhido frutos. No Paulista, eliminou o favorito Sesi/Bauru e se classificou para a final contra o Osasco.
Nos dois jogos da final, porém, o Barueri passou longe de repetir o nível de atuação das semifinais e perdeu ambos por 3 sets a 0, sem nem sequer ameaçar o rival e vizinho, campeão estadual pela 16ª vez.
"Acho que faz parte do crescimento delas. A gente tem que agradecer ter chegado à final e jogar com um time como Osasco. É uma coisa que, para a gente, já é muito importante. Ter conseguido chegar até aqui foi um salto bastante grande", avaliou o treinador.
Com contrato renovado para continuar como técnico da seleção brasileira de vôlei até os Jogos Olímpicos de Paris, daqui a três anos, Zé Roberto tende a utilizar com mais regularidade jogadoras que passaram pelo clube recentemente.
No Pan Júnior de Cali, na Colômbia, a seleção sub-23 treinada pelo auxiliar Wagão terá cinco jogadoras de Barueri -Jheovana, Lorrayna, Lorenna, Diana e Jack-, além de Kenya, que jogou pelo clube na temporada passada e se transferiu para Osasco.
Apesar de, por enquanto, o time não ter patrocinador, Zé Roberto assegura que não há risco de a equipe acabar ainda esta temporada. O Barueri vai jogar a Superliga e honrar os compromissos com as jogadoras.
"A gente assumiu a responsabilidade de iniciar, a gente vai até o final. Aconteça o que acontecer, a gente vai até o final honrando os compromissos. Se tiver que vender coisas, se tiver que fazer o que for preciso, a gente vai honrar os compromissos. Essas jogadoras também têm seus compromissos, suas famílias, suas vidas."