Para Vitor Tavares, a viagem começou em São Paulo em 16 de agosto. O destino? Basiléia, na Suíça, onde foi disputado o Mundial de parabadminton. Lá, entre os dias 20 e 25 de agosto, o curitibano que tem nanismo conquistou três medalhas de bronze e garantiu a melhor campanha da história do Brasil em mundiais. "Todos que estavam lá, certamente, estarão nas Paralimpíadas. Isso vai servir de experiência para seguir melhorando", analisa.
Para o técnico Fábio Bento, a conquista das medalhas representa que o caminho está correto. "Em Tóquio estarão os seis melhores na disputa de simples. Antes do Mundial, ele era sexto no ranking. Vamos aguardar. A definição só sairá em março do ano que vem. Mas o trabalho está sendo bem feito."
Objetivo alcançado na Europa, o próximo desafio já estava chamando: estreia da modalidade nos Jogos Parapan-Americanos.
Leia mais:
Causada por traumas, doença do pugilista que atingiu Maguila pode afetar outros esportes
Evento para fãs exibirá McLaren do bi de Senna em São Paulo durante o GP Brasil
Vera Viel conta como luta a ajudou a descobrir câncer
Polícia abre inquérito por homicídio em acidente que matou atletas no PR
A saída da Europa foi no dia 26. E no final da tarde do dia 27, todos já estavam acomodados na Vila dos Atletas em Lima, no Peru. "A gente saiu de Zurique para Madrid. O avião não pode pousar lá e fomos para Valência. Depois fizemos todo esse percurso de ônibus. Mais de cinco horas de viagem via terrestre pela Espanha. Negociação com o pessoal no aeroporto para chegar aqui a tempo. Mas estamos aqui. Tudo pronto para representar o Brasil", fala Eduardo de Oliveira, atleta da classe SU 5.
"Agora é foco e muita dedicação. É a primeira vez da modalidade nos Jogos [Parapan-Americanos]. Queremos voltar para casa com as malas cheias de medalhas do Mundial e do Parapan", conclui Paulo Bento.
De Lima para Londres
Ainda faltam dois dias para o fim das disputas da natação nos Jogos de Lima. Em Toronto, a seleção brasileira conquistou 104 medalhas, sendo 38 ouros. Na piscina de Lima, até o momento, foram 83, sendo 35 ouros. Dois deles vieram com Joana da Silva, da classe S5. "O esporte está me salvando da depressão. Perdi meu pai há pouco tempo. E não consegui passar o tempo necessário do luto. Agora estou conseguindo voltar a ser aquela atleta que eu era antes", narra a vencedora dos 50 metros estilo livre. Depois de outra conquista nos 100m livre, ela revelou a saudade da filha. "Acordei hoje sentindo muita falta dela. Mas não tem jeito. Estou ansiosa demais para vê-la. Mas estou bem satisfeita com os meus resultados. Espero que ela esteja feliz."
Mas Joana sabe que vai precisar esperar para abraçar os familiares em Natal (RN). Ela é uma das 26 atletas que irão para o Mundial de Londres, entre os dias 9 e 15 de setembro. Esse grupo já parte para Europa direto da capital peruana no dia 1º de setembro, antes mesmo da cerimônia de encerramento dos Jogos Parapan-Americanos. O pernambucano Phelipe Rodrigues, da classe S10, não esconde a ansiedade para o torneio na Europa. "Vou nadar oito provas aqui em Lima. É passo a passo. Mas estou muito ansioso de voltar lá para a Terra da Rainha. Vou me superar lá para defender o meu título."
A pernambucana Carolina Santiago chega a suspirar quando se fala de Mundial. "Olha! A preparação é para chegarmos muito bem lá. Não tem essa de cansaço. É um sonho estar participando disso tudo."