A NBA, liga americana de basquete, pretende retomar as atividades no dia 30 de julho, mas já vem estudando medidas para proteger os atletas do novo coronavírus. Entre as recomendações, enviadas em memorando aos jogadores, está a possibilidade deles usarem um anel inteligente que seria capaz de rastrear a presença da doença até três dias antes de os sintomas aparecerem.
Cada jogador e membro da equipe terão a opção de participar de um processo para experimentar o vestível. Os testes serão conduzidos pela Universidade de Michigan, que farão uma avaliação geral de bem-estar dos participantes. Comercializado antes mesmo da pandemia como um dispositivo de rastreamento do sono, o anel desenvolvido pela startup de tecnologia Oura é vendido por US$ 299 (R$ 1.557,67, na cotação atual).
Segundo a publicação, a startup finlandesa está financiando pesquisas na Universidade da Califórnia em San Francisco (UCSF) e na Universidade da Virgínia Ocidental, ambas nos EUA, para saber se o anel pode oferecer mais dados úteis. A fabricante afirma que além do sono, o aparelho é capaz de monitorar a temperatura e a frequência cardíaca.
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"Os dados de temperatura do anel Oura, que não estão disponíveis na maioria dos dispositivos vestíveis, são de particular interesse para os pesquisadores da UCSF para ajudar a identificar padrões de início, progressão e recuperação da Covid-19", diz o site oficial da fabricante.
Em abril, os criadores do anel anunciaram que iriam se juntar a pesquisadores do Rockefeller Neuroscience Institute (RNI), da Universidade de Virgínia Ocidental, com a missão de acelerar a detecção precoce da Covid-19. Para fazer o levantamento, a universidade desenvolveu uma plataforma que combina os dados do anel com um aplicativo do RNI.
O estudo apontou que o uso integrado do anel com o aplicativo é capaz de prever sintomas da doença, como tosse, febre, dificuldades respiratórias e fadiga, com três dias de antecedência e mais de 90% de precisão. Essa tecnologia pode potencialmente servir como uma ferramenta crítica de tomada de decisão para ajudar a conter a propagação do vírus, reabrir com segurança as comunidades, fortalecer a economia e facilitar estratégias de contenção da saúde pública", diz o comunicado da RNI.
Apesar disso, em entrevista à CNN a médica Darria Long, professora assistente da Universidade do Tennessee, ressaltou que "não existem muitos dados" e que "a maioria dos estudos é publicada pelos fabricantes de dispositivos". O Oura não é aprovado pela FDA –sigla em inglês para Administração de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos– para monitorar dados de saúde.
Além disso, a médica afirmou à CNN que o estudo é interessante "mas não substitui nenhuma das outras coisas que deveríamos estar fazendo, nem os outros passos que a NBA deveria estar realizando em termos de proteção de seus jogadores e funcionários". "Só não deixe isso nos dar uma falsa sensação de segurança. Não pare de usar sua máscara porque seu anel Oura diz que você está ok. Não pule os testes porque os anéis Oura de todo mundo dizem que estão bem", reforça Long.