Literatura

Fugindo do tubarão conceitual

02 jan 2008 às 17:51

O livro Cabeça Tubarão, do britânico Steven Hall, pode muito bem tornar-se um roteiro para um filme holliwodyano. Tem ação e romance na medida certa, muitas reviravoltas e um final surpreendente. Se fosse transposto para as telas, acredito que seria uma mistura de Matrix (dos irmãos Wachowski) com Amnésia (de Chistopher Nolan). Nele, o personagem principal, Eric Sanderson número 2 acorda em um lugar estranho, sem nenhuma recordação de quem é ou o que fez para estar ali.

Felizmente, a primeira coisa que encontra é uma carta dele mesmo, Eric Sanderson número 1, que lhe ajuda a entender o que houve com sua memória. Outras cartas como essa vão chegando e começa a formar-se uma trama engenhosa, onde o protagonista precisa fugir de um tubarão conceitual - o ludovício - que devorou suas lembranças.


Ao longo da história, descobrimos que existe uma conspiração mundial para transformar o mundo em uma única mente, dominada pelos padrões de uma entidade denominada Microft Ward. Do outro lado estão os mocinhos, membros de uma ordem milenar que vive no ''não-espaço'' e se dedica a combater Ward e seu exército de peixes conceituais, homens de mentira e textos que envenenam a mente. Para impedir que o mundo seja dominado e que suas memórias sejam perdidas, Eric Sanderson mergulha nos recantos mais obscuros do seu cérebro, onde as engrenagens de pensamento não param de construir e executar suas rotinas secretas, mesmo quando ele não pode observá-las.


Se peca em algum aspecto é por não conseguir ser muito claro em alguns pontos e beirar a confusão em outros, principalmente quando tenta explicar os engendros de Sanderson para tentar se livrar do ludovício, utilizando para isso gravações cíclicas, personalidades emprestadas e outros artifícios.

Serviço:
Cabeça Tubarão, de Steven Hall; Cia das Letras; 2007; 488 páginas
À venda nas Livrarias Curitiba e Porto
Preço: R$ 53


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