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A pedido da secretaria

Livro 'O Avesso da Pele', de Jeferson Tenório, é recolhido de escolas públicas no PR

Folhapress
07 mar 2024 às 10:50

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- Divulgação
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Exemplares do livro "O Avesso da Pele", do escritor Jeferson Tenório, estão sendo recolhidos de escolas estaduais do ensino médio no Paraná. A determinação foi da Seed (Secretaria Estadual de Educação).

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Segundo a pasta, "a medida busca apoiar os professores no trabalho pedagógico aliado ao currículo e aos objetivos de aprendizagem em cada uma das etapas de ensino a partir do conteúdo exposto nas obras".

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A secretaria informa ainda que "a temática abordada na referida obra literária é verdadeiramente importante no contexto educacional. A análise do livro, porém, mostrou-se necessária pelo fato de que, em determinados trechos, algumas expressões, jargões e descrição de cenas de sexo utilizados podem ser considerados inadequados para exposição a menores de 18 anos".


Vencedor do Prêmio Jabuti de 2021 de romance literário, o livro foi alvo de polêmica em uma escola de Santa Cruz do Sul, cidade no estado do Rio Grande do Sul.

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Janaina Venzon, diretora da Escola Ernesto Alves, pediu pela censura do livro, que trata de questões raciais. Em vídeo postado em seu perfil do Instagram, Venzon classifica a obra como inadequada aos estudantes do ensino médio.


O vereador Rodrigo Rabuske (PRD), de Santa Cruz do Sul, também divulgou um vídeo em suas redes sociais na sexta (1º) em que repudia a obra.

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"Lamentável o Governo Federal através do MEC adquirir esta obra literária e enviar para as escolas com vocabulários de tão baixo nível para serem trabalhados com estudantes do ensino médio. Solicito ao Ministério da Educação buscar os 200 exemplares enviados para a escola. Prezamos pela educação dos nossos estudantes e não pela vulgaridade, escreveu ela.


Com a repercussão, as vendas da obra aumentaram em 400% na Amazon.

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O livro havia sido selecionado via PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático), programa que, junto ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), compra e distribui livros e materiais didáticos para professores e estudantes de escolas públicas de todo o país. A adesão ao programa, contudo, é opção das escolas.


Tenório se manifestou sobre o caso em suas redes sociais. "As distorções e fake news são estratégias de uma extrema direita que promove a desinformação. O mais curioso é que as palavras de 'baixo calão' e os oatos sexuais do livro causam mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras", escreveu.


O escritor ainda classificou a medida da Seed como "uma violência e uma atitude inconstitucional". Segundo ele, "não se pode decidir o que os alunos devem ou não ler com uma canetada. Não vamos aceitar qualquer tipo de censura".


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