Desde que Charles Darwin apresentou ao mundo sua obra "A origem das espécies", tornou-se inegável que as mudanças fazem parte de nosso cotidiano. A adaptação, os ajustes, a busca pelo equilíbrio, são fatores onipresentes, muitas vezes essas mudanças acontecem sem que percebamos ou as planejemos, tão sutis que demoram a ser percebidas. É o ciclo natural da evolução humana, principalmente numa sociedade tão complexa e caótica quanto a que estamos vivenciando.
Claro que, se as pessoas mudam o tempo todo e sendo elas o objetivo das corporações, a administração precisa evoluir no mesmo ritmo, ou melhor, estar um passo adiante nessa corrida, o que exige um aprimoramento constante dos profissionais da área, mas com o objetivo de antever possíveis cenários que surgirão ante as inevitáveis mudanças. A administração é um gigantesco emaranhado de relacionamentos entre entidades e isso torna extremamente delicado o processo de mudança, pois a interferência é global e decisões podem afetar todo o conjunto, fazendo toda diferença entre o sucesso ou o fracasso da corporação.
Os diferenciais de qualidade praticamente inexistem, visto a competência obtida através dos anos de experiência das corporações. A tecnologia nos permite feitos assombrosos, como exemplo, a cidade de Abu-Dhabi, nos Emirados Árabes, onde as construções estão levando a engenharia a um patamar nunca antes imaginado. Mais intensamente o grande diferencial de hoje é a re-humanização das relações corporativas, lembrarmo-nos que todos somos pessoas e pessoas gostam de atenção, de relações não mecânicas, o atendimento e a proximidade são aspectos que toda empresa deveria ter e pregar como regra básica.
Infelizmente, todo nosso progresso tecnológico tem nos afastado uns dos outros, enquanto seres humanos. Estamos cada vez mais concentrados nos processos, sistemas, leis e na sua aplicação do que em resgatar valores e desenvolver uma sociedade que seja realmente admirável. É inconsistente que sejamos tão "evoluídos" em alguns aspectos e tão atrasados em tantos outros.
Aproximar a empresa do cliente, torná-la mais humana, só tem benefícios agregados além de facilitar em muito o trabalho dos gestores, afinal essa proximidade nos permite entender a situação diretamente da fonte e não através de idéias massificadas de levantamentos estatísticos.
Nossa sociedade é extremamente frágil da maneira que está sustentada. Gasta-se mais em pesquisa para curar a calvície do que na cura da malária ou dengue, que se mostrou uma praga mortífera nesses últimos meses. A distorção de valor, o dinheiro como objetivo absoluto é justamente a principal causa de toda essa confusão. Não a existência dele, mas o acúmulo e a péssima-bizarra-horrível distribuição da renda.
Nós mudamos, mas aparentemente, mudamos para pior. A humanização, mais do que um resgate de coisas boas do passado é fundamental para que nossa sociedade permaneça como espécie dominante. O fim do nosso mundo, será um efeito daquilo que nós mesmos criamos.
Tudo muda, é o ciclo normal da existência. Um incessante movimento que não tem volta. Mas essa mudança não nos impede de refletir sobre os fatos ocorridos. Conhecer o passado nos ajuda a fazer um presente e um futuro melhor. Pensando friamente, é até bom que coisas ruins aconteçam e melhor ainda quando conseguimos entendê-las e tomar atitudes para que não mais voltem a fazer parte de nossa vida.