Em novembro de 2002, publiquei um artigo intitulado "O PT chegou lá", comentando sobre a eleição do ex-presidente Lula. Desde sempre, ousei sonhar com um ponto de vista desconectado de ideias partidárias, desvincular a política da economia, isso porque hoje tenho certeza de que não existe solução para o que estamos vendo acontecer no cenário político.
Está tudo bagunçado, faz tempo que não se ouve uma notícia boa, alguma coisa positiva, um passo para frente. Claro que é uma visão generalizada, porque, graças a uma grande quantidade de pessoas sérias e comprometidas, o nosso país ainda não afundou no mar de lama que se formou através do modelo político que vivenciamos, que de uma maneira muito competente, conseguiu arquitetar o cenário atual.
Não me lembro de ter visto o país numa situação tão caótica quanto agora, onde é necessário que uma manifestação maciça seja deflagrada contra a câmara estadual (vimos ontem em Curitiba-PR) para que a lei seja cumprida, para que o processo legislativo seja realizado da maneira correta. Puxa, é no mínimo descabido causar tamanha reprovação e trazer à tona os piores sentimentos nas pessoas porque o governo se recusa a cumprir os procedimentos determinados pela legislação.
É uma atitude desesperada (do governo) porque simplesmente não existe um plano real, nenhum pensamento sobre uma verdadeira preocupação e melhora social. Parece que todos só estão preocupados em tirar o máximo que puder antes que tudo se desfaça.
É imprescindível um olhar sério em relação ao Brasil. O capitalismo não dita as regras políticas, é uma forma de organização sócio-econômica. Existe uma falta de informação e em muitos casos um "emburrecimento" proposital das pessoas, criando análises ferrenhas sob pontos de vista equivocados. Até foi criada uma palavra especial para dirigirmo-nos a "presidenta" da república. E esse é o país da educação...
Sequer importa mais o partido ou o político, temos políticos demais, partidos demais e profissionais competentes de menos. As ações do governo devem ser realizadas pelo interesse e benefício comum. Não para atender a interesses partidários, que em sua totalidade não representam nenhum benefício aos cidadãos.
Políticos deviam se ater a fazer política, tão bem representada ao pedir perdão por um criminoso que foi condenado em outro país porque também infringiu a lei lá, mas não esperava que fosse diferente de sua pátria natal. Deixem a administração para administradores, para profissionais que entendem das nuances do mercado.
A democracia representativa derrubou o império romano, que elevou os impostos um pouco antes de seu declínio, na mais horrenda expressão de incompetência e inabilidade em gerir um país, parecido com a realidade em que estamos inseridos, onde vemos seriedade e competência em níveis negativos na escala de valores. E o que vão fazer quando o dinheiro acabar?
Simplesmente aceitar o que está acontecendo, porque foi "um ato democrático" é absurdo. Adolf Hitler também foi eleito democraticamente.
Mas afinal, agora é férias e daqui a pouco tem o carnaval. Depois vemos o que fazer com a situação e com a quadrilha que foi "democraticamente" colocada na gestão de nosso país. Me lembra muito quando o fazendeiro pediu que a raposa tomasse conta do seu galinheiro.
Foi de extremo valor. Admirável a mobilização que aconteceu na capital do Paraná. O brasileiro é bom, mas como tudo e todos, tem limites. Muito importante agora é alinharmos esses movimentos com uma visão assertiva, uma visão de criar uma sociedade melhor, onde através da contribuição, todos possam usufruir e que o benefício não seja individual, mas o benefício coletivo, possibilitando que o modelo econômico funcione adequadamente, onde todos ganham quando o dinheiro circula.
O Brasil pode ser um país grandioso, mas para que atinjamos esse patamar, é imprescindível que tenhamos os mesmos mecanismos que permitem uma empresa ter sucesso, principalmente a liberdade de substituir todo funcionário que não desempenha adequadamente suas funções, ainda que seja o presidente.
Vale lembrar que nós não trabalhamos para o governo. O governo trabalha para nós.
Pense!