Administração e Tecnologia

O Líder da era do conhecimento

31 dez 1969 às 21:33

"Para resolver grandes problemas, você deve estar disposto a fazer coisas que desagradam."
Lee Iacocca


Anteriormente, comentamos sobre a era do conhecimento , e as vantagens desse novo modelo de gestão empresarial. Ele necessita de um uma estrutura hierárquica moderna, participativa e bem aceita pela equipe, ou então teremos uma grande bagunça, ao invés de resultados mais positivos.



A antiga figura do "chefe", nunca esteve tão longe do ideal. O tratamento "manda quem pode" não funciona mais. A elitização ter confeccionado uma classe muito diferente de funcionários: quanto maior o grau de formação, menor é a tolerância a ordens absolutas, é necessário um motivo, uma explicação, uma justificativa de que aquele procedimento é necessário e que precisa ser feito, que realmente faz parte do conjunto de atribuições daquele colaborador. Envolvimento é a palavra chave. O cenário corporativo atual necessita da participação de todos e das contribuições individuais, o conhecimento gerando mais conhecimento e sendo aplicado de maneira produtiva, firmando-se como um importante diferencial competitivo.


Segundo Abraham Shapiro, em seu boletim "Profissão: Atitude", na rádio CBN hoje, mesmo no perfil do líder é necessário que sejam feitos ajustes, porque liderar é muito mais do que a figura do "sabe-tudo" ou o "boa praça", que são os dois tipos mais comuns encontrados na corporação. Nem sempre, conhecer o processo a fundo torna alguém capaz de orientar a equipe no sentido de solucionar os problemas que sempre ocorrem. O conhecimento precisa ser disseminado dentro da corporação, de forma que todos os envolvidos no projeto tenham condição de apontar e solucionar situações indesejáveis. Ser simpático e agradar a todos, também não significa solução de problemas.


O perfil necessário não está concentrado numa característica isolada, mas num conjunto muito mais abrangente, cuja somatória significa uma liderança realmente eficiente. Liderar é a arte de conduzir eficientemente uma equipe rumo ao resultado desejado, conduzir os trabalhos de maneira estruturada, coesa e sincronizada, é obter resultados através do envolvimento e comprometimento de todos, é convencer e ter credibilidade, dividir créditos e honrarias, valorizar a capacidade individual e potencial de seus liderados, é compreender e aplicar a gestão do conhecimento.


É bastante comum, ouvirmos que "líderes já nascem líderes". Existe uma verdade nisso, a História está repleta de personagens que ilustram esse pensamento. No meio corporativo, não se pode esperar encontrar um "líder nato", é preciso tornar possível criá-lo. A administração não pode, de maneira alguma, contar com a sorte. Planos e métodos devem ser desenvolvidos para atender às demandas que surgem. A liderança corporativa deve atender à missão da empresa, buscar resultados e assegurar sua permanência num patamar onde seja competitiva e rentável.


O professor José Pio Martins (UnicenP), lista as características necessárias ao líder – ética, conhecimento, visão, solucionador de problemas, entender pessoas, trabalho em equipe, capacidade de realização.


1) ser ético e honesto – a confiabilidade é essencial na figura da liderança. Não acreditar ou duvidar de suas atitudes faz com que a equipe não desempenhe seu papel, os objetivos são perdidos e os projetos certamente fracassarão.


2) ter conhecimento da área – não é necessário genialidade, mas é fundamental saber como as coisas devem acontecer, ter conhecimento para direcionar o projeto, estruturá-lo de maneira eficiente.


3) ter visão de mundo – as empresas não ficam em bolhas, elas fazem parte de um cenário muito maior, com uma infinidade de variáveis. Quanto maior o conhecimento sobre elas, maior a probabilidade de evitar surpresas e assegurar a qualidade dos projetos executados.


4) ser solucionador de problemas – a equipe conta com o líder para orientá-la durante os imprevistos.


5) entender de pessoas – cada integrante da equipe é único em sua essência. Manter a harmonia e a motivação desses indivíduos significa obtenção de bons resultados.


6) saber trabalhar em equipe – designar corretamente as atribuições dos envolvidos no projeto, envolver-se, participar conhecer e valorizar os resultados.


7) ter capacidade de realização – planos devem ser flexíveis, alterados sempre que necessário. Objetivos não.


A essa lista, adicionei outras duas: criatividade e bom-senso.


a) criatividade – problemas sempre surgem, situações imprevistas sempre acontecem, ser capaz de descobrir, desenvolver, criar, inventar soluções, adequar os planos.


b) bom-senso – a administração exige mensurabilidade. Encontrar o equilíbrio nos objetivos e capacidade de realização da equipe.

O cenário exige que criemos nossos líderes, a competição cada vez mais acirrada entre as empresas, as mudanças constantes, o dinamismo do mercado. A valorização dos recursos humanos, o aproveitamento de sua máxima capacidade, a contribuição individual cria uma sinergia incrível, mas apenas com uma liderança adequada, é possível obter os resultados desejados. Bons líderes são peças fundamentais.


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