Desde sempre, em nossa vida acadêmica, vemos os professores insistindo para realizarmos trabalhos em grupo, aqueles trabalhos onde normalmente uma minoria trabalha realmente, e sempre existe alguém que "apenas coloca o nome" no momento da entrega, sequer se importando com a qualidade ou mesmo o foco do trabalho "assinado". Na mesma proporção em que realizamos essas atividades de forma "voluntária", nos deparamos com a permanente dúvida: "Porque não posso fazer o trabalho sozinho?".
Infelizmente, o descaso com a educação nos trouxe um preocupante número de intitulados "professores" que não são capazes de dar uma resposta adequada, agindo simplesmente como se "ah, sempre foi assim, deve existir uma razão, então faz e pronto. Estou mandando". São exemplos bastante radicais, cruéis até, mas servem para chamar a atenção a valores pedagógicos muito importantes que estão sendo esquecidos (esquecidos no sentido de não sabermos mais exatamente porque existem ou porque foram criados) e isso traz um problema ainda mais sério, que é a prática de boas técnicas de forma errada, o que gera profissionais de postura complicada e atitudes difíceis. Executar um procedimento de forma errada, muitas vezes é mais nocivo do que a não realização.
Sabemos que os alunos, ao longo de suas carreiras, encontrarão ambientes diferentes e variados, terão contato e relacionamento com uma ampla gama de profissionais de áreas diversas e consequentemente com ideias que nem sempre estão equilibradas a todos os entendimentos. Essa miscigenação de entendimentos e considerações é o que justamente torna as organizações realmente produtivas, justamente o conjunto da diversidade, da complexidade de ideias, do fator humano, do que realmente nos torna únicos a característica mais valiosa do trabalho em grupo.
A academia nos prepara justamente para possuirmos um entendimento bastante específico de situações, cada área profissional tem sua compreensão e uma forma totalmente única de procedimentos diante de cada situação apresentada pela corporação, cada mudança do mercado exige ações diversas, porque essencialmente estamos atuando diante de um conjunto ainda maior de diversidade, lidamos sempre com pessoas. Os consumidores são únicos, com reações e sentimentos que os fazem humanos, ser único é uma das características mais intensas do "ser humano".
Essa diversidade, gera um conjunto tão grande de variáveis e possibilidade que a tentativa de um entendimento isolado ou "unilateral" compromete o resultado de qualquer ação tomada, compromete em muitos casos o próprio objetivo dos projetos e ações.
O trabalho em grupo é mais que uma necessidade, a melhor forma de equilibrar a corporação diante dos anseios e entendimentos do mercado, não é infalível, mas nos coloca muito mais próximos do sucesso em nossas ações. Por isso nossos mestres, com toda razão, insistem na elaboração e desenvolvimento de atividades em grupo.
Pense!