Administração e Tecnologia

Criatividade: O mercado precisa disso

19 mai 2013 às 16:16

Desde sempre, ouço que o profissional deve ser versátil, consegui atuar naquilo que a empresa necessita, não apenas na área de conhecimento ou em um departamento ou atividade específica, afinal, a continuidade das operações corporativas deve ser mantida independente das adversidade as quais esteja submetida. A equipe deve ser formada pro elementos que consigam atuar onde quer que seja necessário, assegurando que os sistemas estejam em permanente atividade.

Durante muito tempo, me questionei sobre esse entendimento da formação profissional, porque me pareciam objetivos concorrentes (corporativo versus profissional), já que a carreira acadêmica nos leva a graus cada vez mais especializados e aparentemente não é bem isso que a empresa deseja. Hoje, vejo que o entendimento desses aspectos é que estava nublado, pois os objetivos na verdade andam lado-a-lado, como parceiros inseparáveis, sendo as corporações usuárias ávidas de perfis profissionais extremamente especializados, que numa análise mais cuidadosa, são o que realmente mantém as estruturas administrativas em funcionamento, é o que mantém viva a empresa.


O entendimento, aparentemente forçado através de uma visão isolada, dá-se de forma clara e simplificada com a substituição do termo "versátil" por "criativo". Ser criativo, significa ter grande capacidade de adaptação a situações adversas, representa a máxima utilização do conhecimento (veja: O conhecimento como diferencial estratégico), traduz-se não em adaptações temporárias e inseguras (as populares "gambiarras"), mas em pensar as rotinas e a própria capacitação individidual, que pelo próprio desenho dos sistemas, naturalmente se transforma em coletiva, do grupo, traduzindo-se numa empresa muito mais capaz, adaptável e dinâmica.


Essa afirmação não tem o objetivo de contradizer a necessidade de pessoas multifuncionais, mas explicar melhor de que maneira conseguimos formar profissionais com esse perfil, valorizando a exigência acadêmica e a forma de como a formação deve ser praticada, pois um alto grau de especialização corresponde a um elevado grau de entendimento das situações onde aquele conhecimento está inserido, diante da continuidade intrínseca dos sistemas que compõe a empresa.


As empresas devem ser especialistas, devem ser as melhores naquilo que se propõe, através do esforço coletivo e na soma dos conhecimentos individuais, do conhecimento que visualizamos e principalmente daquele conhecimento possuído pelo profissional e que muitas vezes é desconhecido das empresas. A gestão desses recursos é que se faz um grande desafio, pois exige dos responsáveis um nível de confiança muitas vezes desconhecido e arriscado, porque a própria formação profissional nos leva muitas vezes e desejar o controle total de todas as nuances e momentos dos processos de nossa empresa, tarefa árdua e inócua, pois o conhecimento dos indivíduos vai muito além daquilo que conseguimos controlar e é justamente esse conhecimento desconhecido que torna os profissionais adaptáveis e capazes de atuar nas mais adversas situações.


É possível ver que o alto grau de especialização compreende em sua essência um necessário amplo conhecimento de um conjunto sempre crescente de habilidades que lhes fazem mais aptos a adaptação, contrariando a ideia de que a especialização cria profissionais que não são adaptáveis, pois na realidade é exatamente o sentido oposto.


Versatilidade significa que, em situações exclusivas, em emergências, em necessidade extrema, aqueles altamente especialistas mostram-se plenamente capazes de executar diversas tarefas, com o intuito de manter funcional o processo corporativo. Exigir que isso aconteça o tempo todo, é uma falha sem medida dos gestores, demonstra que o sistema produtivo está desenhado de forma inadequada, pois a especialização faz a empresa verdadeiramente capaz de se diferenciar dentre as demais no mercado.


Exigir que nossos funcionários sejam apenas "genéricos", manterá a empresa num "lugar comum", pois o desenvolvimento encontrará seu limite exatamente no mesmo limite do conhecimento, capacidade e habilidade possuído pelos integrantes de seus quadros funcionais.

Pense!


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