Durante um bom tempo, a linha de ordem na administração era a de que os profissionais deveriam ser adaptáveis, ter conhecimento amplo e possibilidade de atuar em diversas atividades dos sistemas corporativos, um tipo estranho de coringa profissional, muitas vezes não adequado a real necessidade da empresa, que simplesmente não entendia bem o que estava procurando.
A flexibilidade profissional deve ser compreendida como o conjunto de conhecimento sobre a área de formação é tal que o profissional consegue entender, opinar e direcionar qualquer situação com a qual tenha que lidar no dia-a-dia.
Corresponde ao conhecimento que se espera de qualquer profissional que concluiu a graduação e teve acesso a um conjunto de informações que compõe sua formação acadêmica, que inclusive vão norteá-lo na escolha de sua especialização constante, na sua área de trabalho específica, onde apresenta um real destaque em relação a outros profissionais e desempenho superior, quando comparado com outras áreas.
Diferente da crença de que o profissional deve saber de tudo, o que se espera realmente é que consiga lidar com situações variadas e compreenda os relacionamentos dos sistemas corporativos, que consiga visualizar a empresa como um todo e que saiba como suas ações atuam dentro do cenário corporativo.
No entanto é essencial frisar que a criatividade não deve ser compreendida como "gambiarra", significa utilizar o conhecimento de forma ordenada, com o intuito de resolver ou transpassar uma situação. Gerir uma empresa com dinheiro tem exigências diferentes de gerir uma empresa onde o dinheiro esteja em falta. O conjunto de ações é semelhante do ponto de vista científico, mas as ações são bastante diferentes.
É um exemplo simplificado, mas na administração cada situação, cada momento, cada conjunto de variáveis nos apresenta um cenário ao qual devemos nos adaptar e decidir quais ações devem ser tomadas, quais objetivos devemos buscar e como podemos contornar aquele cenário que se apresenta. As decisões são intrinsecamente ligadas a esse momento, porque qualquer mudança no conjunto de variáveis pode nos levar a outro conjunto de decisões.
A criatividade nada mais é do que a aplicação do conhecimento, da visualização do cenário, análise e estruturação do conjunto de decisões, das ações que devem ser executadas para se resolver aquela situação pontual.
A gestão do conhecimento funde-se então ao desejo da criatividade (não de polivalência), na busca por profissionais que sejam capazes de compreender e sobreviver às diversas e constantes mudanças apresentadas pelo cenário corporativo.
Pense!