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Brasil S/A – O fim da sonegação?

31 dez 1969 às 21:33
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Já faz algum tempo, que a Receita Federal está norteando um imenso projeto de ERP, com a centralização num banco de dados únicos de todas as informações relevantes para os órgãos de regulamentação e fiscalização. O desenvolvimento desse sistema, é exatamente como vimos descrevendo em alguns artigos, e como citado por Cruz, Batista e O’brien. Detalhes administrativos importantes foram considerados, tornando sua forma de funcionamento extremamente eficaz, uma vez que o SI proposto, tem inúmeros pontos de "amarração" em processos que aparentemente não tem nenhum vínculo, facilitando controle e dificultando a malandragem.

E dificulta mesmo, porque os empresários brasileiros, em sua maioria, não conseguiram (ou não quiseram) evoluir. Diferente das agências arrecadadoras, que fizeram maciços investimentos em tecnologia da informação e em profissionais que pudessem desenvolver sistemas de informação com respeitada qualidade. A era do "jeitinho" acabou.

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Difícil é fazer com que os gestores compreendam isso... a primeira pergunta que se ouve ao oferecer uma solução de sistema administrativo, que serve para auxiliar o processo de gerenciamento, evitar desperdícios, reduzir e controlar custos, tornar a empresa mais eficiente e competitiva, infelizmente não tem nada a ver com esses aspectos, a pergunta que não sai da mente do empresário é "faz sem nota?" e logo depois "quanto custa?". Essas duas colocações demonstram a incapacidade do empresariado em compreender as mudanças que a administração sofreu nos últimos anos e será forçada a mudar muito mais ainda, e muito mais rápido, pela imposição das novas exigências de diversos órgãos de controle, em seu processo de coleta de dados.

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Na última semana, ouvi algo bizarro.... "seu sistema não me atende, porque eu preciso "manipular a base de dados e o código fonte" :o( " – confesso que fiquei transtornado.... como um sistema que deve controlar e trazer confiabilidade aos processos, conseguir identificar os pontos fracos do sistema produtivo (que só são visíveis, quando confrontamos relatórios confiáveis – contabilidade, financeiro, produção, recursos humanos, materiais... A alteração dos parâmetros do sistema, feita apenas pro profissionais da área técnica, NÃO É CONSISTENTE. As softwarehouses tem uma equipe de técnicos, administradores, economistas, juristas, contadores... justamente porque o conhecimento necessário para se criar um sistema confiável, passa por muito mais detalhes e exige muito mais que o conhecimento de um único profissional.

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A empresa deve se envolver apenas com seu processo próprio... trazer para si a confecção, manutenção e desenvolvimento de ferramentas, pode significar informatização de processos ruins, o que é ainda pior do que não informatizar nada.


Infelizmente, o conselho de administração é inepto e incompetente na execução de suas atribuições, e temos poucos consultores de qualidade, uma vez que o conselho não fiscaliza a atuação desses profissionais... qualquer um pode administrar, desde que pague a anuidade ao conselho. Uma pena. Essa situação faz com que seja muito complicado levar até o empresariado, que as coisas mudaram, que a situação é diferente. A insistência no "jeitinho" vai colocar as empresas numa situação muito complicada, porque quando resolverem fazer, será a implantação que tem precisa acontecer a qualquer custo, feita às pressas, sem o devido acompanhamento, sem a qualidade de boa consultoria e sem a garantia de softwarehouses competentes e sérias, envolvidas na criação de ferramentas de apoio administrativo real.

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Ao invés de reclamar da evolução da receita, os empresários, deveriam se empenhar na solicitação de uma reforma tributária, no estabelecimento de regras que mantenham o sistema em equilíbrio, onde empresas e governo consigam encontrar um meio termo. A partir de 2009, muita coisa será diferente e poucas pessoas estão preparadas para as mudanças.


Certamente isso precisa ser feito, a situação das empresas precisa ser igual, para que a competição seja no nível de competência administrativa, e não na esperteza em fazer coisa fora da legislação. Atuar dessa forma, além de caro, é muito difícil. Não é raro ouvir de roubos e desfalques em empresas que têm sistemas, mas não tem processos. Tem sistemas mas não o utilizam, tem sistemas, adquiridos de aventureiros e oportunistas, sem nenhum tipo de acompanhamento profissional desses pretensos "consultores", é quando se começa a dar baixa no estoque através de orçamentos!


Os órgão de fiscalização evoluíram, muito e muito rápido, se tornaram mais eficientes e eficazes, infelizmente o mesmo ainda não aconteceu com nossas empresas, que não conseguem visualizar os benefícios de um investimento bem feito em tecnologia.

Claro, existem exceções. Mas são bem raras.


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