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A difícil tarefa de trabalhar (e viver) em grupo

25 out 2010 às 15:25
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Todos os estudiosos sociais são unânimes ao definirem o ser humano como um ser social. Realmente todos temos uma necessidade de convivência com outras pessoas, conviver e compartilhar experiências e idéias. Ironicamente, os homo sapiens são também altamente individualistas, únicos, justamente nossa mais marcante característica, a capacidade de pensarmos de maneira exclusiva, criando indivíduos sem igual.

Chega a ser irônico que aquilo que nos faz verdadeiramente especiais, seja um dos pontos mais sensíveis em nossa coexistência com outras pessoas. A administração sempre deu muita importância à convivência entre os integrantes das corporações, mas para que a vivência comum fosse eficiente, muitas vezes obriga-se a abrir mão da individualidade por uma forma de pensamento único, com foco principal na empresa e naquilo que importa não às pessoas, mas unicamente ao bem estar da corporação.

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Esse comportamento pode ser considerado "anti-natural". Os humanos não possuem as características que poderiam fazer deles membros de uma consciência grupal, como encontramos em sociedades de insetos (abelhas, cupins e formigas por exemplo), que são as mais bem sucedidas comunidades de todo reino animal. Colônias com milhões de membros, funcionando em perfeita sintonia não são nada raras e apresentam ainda soluções arquitetônicas dignas dos maiores arquitetos e engenheiros humanos.

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Esse sucesso, via de regra, é associado ao fato de que esse seres não funcionam como indivíduos, mas sim como um imenso organismo, como se fossem um único ser, isso é possível, porque cada elemento nasce com toda sua vida previamente definida, não sendo possível "mudar" seu status dentro da comunidade, o que cria uma sociedade perfeitamente equilibrada.

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Mais complexo ainda são os laços amorosos desenvolvidos por seres humanos, a individualidade está presente todo o tempo o que torna praticamente impossível uma "fórmula" para a boa convivência, a não ser que alguém tem que ceder.


A relação de individualidade está intimamente ligada ao poder. Não pensamos muito nisso, mas a idéia de possuir poder ou conquistá-lo, agrada em cheio nossa natureza, nossos instintos mais profundos.

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A gestão do conhecimento me parece uma tendência positiva na busca pelo equilíbrio da equação vida social versus individualidade. Valorizar as ações individuais, exigindo apenas o comprometimento profissional, parece vir de encontro às necessidades da empresa e dos entes que a compõe, como podemos observar nos cardumes de peixes – que não constituem sociedades como os insetos, mas vivem em grupo como nós.


A valorização do conhecimento faz com que as pessoas se sintam valorizadas, ainda que na realidade isso não ocorra, porque na verdade ela apenas equilibra as relações de poder no grupo, e de quebra, valoriza os objetivos esperados pela corporação.


Vale a pena observar mais a natureza e constatar que, quanto mais nos distanciamos com toda nossa evolução, mais encontramos respostas àquelas questões que parecem tão complexas. Nosso distanciamento na realidade é de nós mesmos e das coisas que sempre soubemos, mas a cada dia, ficam mais nebulosas em pensamentos que a tecnologia suprime.

A tecnologia deve nos servir, não o contrário. Pense.


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