Vista de cima, lembra uma cruz gigante, imponente, que ocupa boa parte do quarteirão. Ao entrar por uma das três portas frontais, percebe-se as grandes colunas e o realce que a luz do sol dá aos vitrais coloridos nas laterais. O silêncio do ambiente provoca um pensamento reflexivo e convida os fiéis à oração. Trata-se da Paróquia Nossa Senhora da Paz de Ibiporã, município localizado na Região Metropolitana de Londrina, no norte do Paraná.
Seria estranho dizer que há munícipes que desconhecem a existência do principal cartão-postal da cidade. Ela está na área central, em frente a uma praça e ao lado de um cine teatro. Fácil de achar. Mas poucos sabem da história por trás desse templo religioso que remonta às origens da localidade de, aproximadamente, 52 mil habitantes, segundo o Censo de 2022 do IBGE.
“Conheço e frequento a igreja, mas não sei de alguns aspectos históricos e artísticos”, afirma o universitário Vitor de Campos, de 22 anos.
ALICERCES ROBUSTOS
De acordo com o livro “A paróquia da Terra Bonita” (2023), escrito pela historiadora Ângela de Souza, pelo geógrafo Rodrigo Fernandes e por Maria Rossato, a conhecida “igreja matriz” é mais antiga que a emancipação da cidade (8 de novembro de 1947), já que a primeira capela foi criada no dia 19 de setembro de 1939, nomeada como “Paróquia Imaculada Conceição” em 1943 e era de madeira.
Celebrações já aconteciam no local antes mesmo de edificá-la, por isso, a escolha daquele terreno.
Com uma comunidade católica ativa e animada, decidiu-se, em 1950, levantar uma nova igreja, a que está até hoje. A planta foi idealizada pelo engenheiro Bartolomeu Giovani Bianchi e aprovada pelo bispo Dom Geraldo de Proença Sigaud. A construção começou em 1951 e o entusiasmo das pessoas a acompanhava.
“Arrecadações, quermesses, frango assado, sacas de café e algodão, tudo colaborava [...]. O trabalho pastoral na cidade e na região rural também não paravam”, relata o livro.
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