Depois do temporal de granizos que assolou Santa Mariana (Norte Pioneiro) na tarde de quarta-feira (23), os moradores iniciaram ontem o processo de reconstrução de casas e estabelecimentos comerciais. Logo pela manhã os bombeiros do município de Bandeirantes foram até Santa Mariana para realizar a distribuição de lonas.
No trajeto realizado pela equipe de reportagem até o município foi possível ver o rastro de destruição provocado pelo fenômeno. Placas de sinalização das rodovias ficaram tombadas, árvores foram arrancadas pelas raízes e o equipamento de fiscalização eletrônica da rodovia BR-369 tombou com a força do vento.
Cerca de dez postes de concreto da rede de energia elétrica da Copel caíram, deixando 98% de Santa Mariana e parte de Cornélio Procópio sem luz. José Mauro, da Delbony Energy, empresa responsável pelo conserto dos postes terceirizada pela Copel, disse à reportagem que tudo seria resolvido ontem mesmo. A energia elétrica só foi restabelecida no início da tarde.
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A falta de energia provocou também o desabastecimento de água na região. Sem luz e sem água, restou para a população a força de vontade para retirar o entulho e a sujeira. Na base de enxadas, pás e do carrinho de mão, volumes grandes de entulhos eram retirados das casas, mas nada parecia ser suficiente para realizar a limpeza diante de tanta lama.
Estado de emergência
O prefeito de Santa Mariana, Jorge Rodrigues Neves, disse que pretende decretar estado de emergência nos próximos dias. Na quarta-feira (23), a prioridade era percorrer o município, avaliando os estragos e vendo quais eram as necessidades emergenciais da população.
Segundo o prefeito, por pouco não aconteceu uma tragédia na tarde de quarta-feira. "Havia crianças nas escolas e centros municipais de educação infantil atingidos pelos granizos. Os telhados desses locais ficaram destruídos", aponta.
"Os pacientes do hospital local foram encaminhados para Bandeirantes, assim como todos os presos da delegacia do município", acrescenta. Até o fechamento da reportagem, a Defesa Civil havia inspecionado 30% das casas e constatou que 300 delas estavam sem condições de moradia.
Fila
Na prefeitura, uma fila se formou para receber as lonas. Servidores de diversos setores ajudaram a coletar os nomes das pessoas que receberam o material. Uma das pessoas que procurou o material foi a doméstica Maria Laurinda Pereira, de 60 anos. Ela, que já enfrentava dificuldades em função da crise econômica, agora precisa enfrentar o revés de perder tudo o que possuía. Ela estava vestindo uma bermuda cedida pelo marido, já que a chuva carregou todas as suas roupas. "Perdi tudo. Televisão, geladeira, móveis. Não sei o que vou fazer da minha vida."
Doações
Nem mesmo o local escolhido pela Prefeitura de Santa Mariana para receber os desabrigados ficou imune a tanta destruição. Os granizos perfuraram o telhado do Ginásio de Esportes Antônio da Silva Machado, o Machadão, e servidores como Waldo Rufino da Silva Neto tiveram que limpar para deixar o local em condições de receber as pessoas.
A colaboração com doações será muito bem recebida. Quem quiser ajudar pode encaminhar os donativos para o prédio da antiga escola Gino Delamuta, na Vila Santa Rita, onde funciona atualmente a Secretaria de Assistência Social de Santa Mariana. Roupas, cobertores, colchões, comida e água potável são as principais necessidades no momento. Mais informações pelo fone (43) 3531-2374.