Na tarde desta sexta-feira (24), uma equipe técnica da Prefeitura de Londrina percorreu toda a região do Aterro do Lago Igapó para avaliar os pontos que sofreram alagamentos, na quinta-feira (23), por conta das chuvas.
A vazão de água alcançou áreas de vegetação, lazer, pistas de caminhada e vias públicas. O titular da Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação, Otávio Gomes, esteve em campo com engenheiros observando as áreas de fluxo de água existentes ao longo da rua Joaquim de Matos Barreto, desde a avenida Maringá, no Lago 2, até a rua Prefeito Faria Lima, sentido Lago 3 e zona oeste.
A passagem do grupo da Prefeitura ocorreu por locais como o Ribeirão Cambé, que corre por essa abrangência, bem como os lagos Igapó 3 e 2. Com a verificação inicial destes locais, foram constatadas algumas situações e compiladas possíveis alternativas de intervenção pontuais para a elaboração de um plano de atuação preventivo a novos episódios de chuvas intensas. As primeiras providências já estão sendo tomadas e as ações práticas começarão na próxima semana.
Leia mais:
Londrina EC atropela o Paraná Clube e é vice-líder do Paranaense
Hospital da Unimed em Londrina inicia recrutamento de enfermeiros e técnicos
Agência de turismo é acusada de estelionato e Procon é acionado em Londrina
Corrida de rua em Londrina vai alterar trânsito e transporte na Leste-Oeste no domingo
Essa região da cidade sofre com a ocorrência de alagamentos há muitos anos, devido à posição geográfica dos lagos que compõem o ramal do Igapó. As águas da chuva descem no sentido do Aterro vindas das áreas residenciais e comerciais tanto a partir da avenida Maringá quanto da Gleba Palhano, bairro de grande densidade populacional que cresceu vertiginosamente nas últimas décadas.
Além disso, há o fluxo contínuo de águas pluviais do Lago 3 no sentido Cambé-Londrina, paralelamente à rua Faria Lima e que chegam até o Aterro, seguindo, posteriormente, até o Lago 2, sentido avenida Higienópolis. Já do Ribeirão Cambé, que passa pelo trajeto do Aterro, as águas também sobem de nível e extravasaram para o meio dessa área pública natural e de lazer, onde ficam os campos de futebol, gramados, parquinhos e ciclovias. Nessas situações, o sistema de galerias pluviais acaba ficando sobrecarregado e não suporta o volume de água.
Na visita desta sexta ao local ficaram constatados, segundo Gomes, pontos iniciais importantes. Um deles é que o Ribeirão Cambé tem locais bastante obstruídos por árvores caídas, onde também foram criadas ‘ilhas artificiais’ com vegetação em momentos anteriores à atual gestão municipal.
“Pudemos notar que isso chega a barrar parcialmente a água que vai para os campos do Aterro, mas com diversos pontos de falha. Uma das ideias é desobstruir parte da vegetação, trazer mais terra e adequar os nivelamentos, refazendo a cobertura vegetativa como forma de melhorar a contenção da água que extravasa da área natural em direção às vias urbanas, evitando também erosões. Já dentro da área da ponte do Igapó 2, na passagem entre as avenidas Ayrton Senna e Maringá, vimos que a cota do nível de tubulação subiu cerca de 80 centímetros, somente levando em conta as chuvas ocorridas ontem”, adiantou.
A partir desse primeiro olhar, Gomes informou que precisará ser realizado um estudo topográfico amplo, propiciando um levantamento fidedigno desde o vertedouro de águas do Lago 2 para o Lago 1, chegando também no escoamento do Lago 3 para o Aterro.
“Com essas ferramentas, entenderemos como a água se comporta e como é o movimento em um momento de crise pluviométrica localizada como houve ontem (quinta 23). Nesse início de gestão já vamos olhar atentamente para todos estes problemas e buscar as respostas e soluções. Porém, é preciso trabalhar com bastante cuidado, a fim de evitar um ‘efeito cascata’ decorrente de alguma intervenção mal calculada”, pontuou.
Paralelamente a isso, a SMOP protocolará ainda nesta semana um pedido de licença ambiental junto à Secretaria Municipal do Ambiente (Sema), para que seja possível operar com máquinas para uma limpeza no Ribeirão Cambé (no ‘miolo’ do Aterro). Em um próximo evento de chuvas intensas nesta região, a Secretaria também fará uma verificação em campo para acompanhar a formação de alagamentos.
A Prefeitura também fará um ‘pente fino’ nas áreas de galerias pluviais para identificar possíveis pontos falhos nos ramais de drenagem. Na segunda-feira (27), a partir das 9h, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) irá até o local para uma vistoria, a fim de detectar situações que exijam intervenções mais urgentes como desobstrução de bueiros e reparos em estruturas de escoamento de água.
O secretário de Obras disse que as medidas iniciais para conter o problema mais imediatamente serão monitoradas para a verificação de sua eficácia. “Caso isso não resolva ou não reduza os impactos de forma satisfatória, vamos programar um cálculo de drenagem dos lagos Igapó. Isso porque os quatro lagos não existem à toa, eles são pulmões naturais para que não haja problemas de águas pluviais em todo este curso, incluindo as direções da avenida Higienópolis, barragem do Lago, e até lá no Parque Arthur Thomas, na região sul. Tudo precisa ser feito com cuidado, exatamente para não estourar em algum outro local esse volume gigantesco de água”, ponderou.
Outro ponto destacado por Gomes, durante o trabalho em campo, é que o Lago Igapó existe há muitas décadas e que, com a expansão da Gleba Palhano, os impactos das águas que escoam do bairro até o lago se tornaram muito mais intensos. “A região toda da Palhano, que surgiu há cerca de 20 anos, se transformou em um importante contribuinte volumétrico de águas pluviais, despejando todo este volume no lago. E esse crescimento todo não foi acompanhado com investimentos e condições infraestruturais adequadas. Com um estudo macro, este também é um fator que precisaremos analisar”, finalizou.
Leia também: