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Difícil encher o tanque?

Gasolina e diesel cessam subida nos postos, mas alta acumulada é superior a reajuste na refinaria

Nicola Pamplona/Folhapress
23 nov 2021 às 10:51
- Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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Quase um mês após o último reajuste nas refinarias da Petrobras, os preços da gasolina e do diesel pararam de subir nos postos. Ainda assim, a alta acumulada nas bombas é bem superior aos aumentos promovidos pela estatal.


Para especialistas, a diferença pode ser explicada pela evolução da cotação dos biocombustíveis misturados aos dois produtos e pelo repasse das cotações internacionais nas importações por empresas privadas.

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Na última semana, o preço da gasolina nas bombas ficou em R$ 6,752 por litro, estável em relação à semana anterior. O valor é 6,1% superior aos R$ 6,361 verificados na semana anterior ao reajuste. O aumento na refinaria foi de R$ 0,21 por litro, mas nas bombas a alta já chega a R$ 0,39 por litro.

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O preço do diesel também se estabilizou nas bombas. De acordo com a ANP, o produto era vendido na semana passada por uma média de R$ 5,356 por litro no país. O valor é R$ 0,37 superior ao vigente antes do reajuste nas refinarias.

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O último reajuste foi anunciado pela estatal no dia 23 de outubro, com vigência a partir do dia seguinte. Como a gasolina e o diesel vendidos nos postos recebem a mistura de etanol e biodiesel, o impacto dos reajustes no preço final deveria ficar em R$ 0,15 e R$ 0,24, respectivamente.


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O consultor Luiz Henrique Sanches diz que parte da alta na gasolina pode ser explicada pelo etanol anidro que é parte da mistura vendida nos postos. "Este ano, o anidro já subiu de R$ 2,41 para R$ 4,43 por litro.

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Considerando que ele participa com 27%, sua fatia na gasolina já subiu R$ 0,54 por litro este ano", diz.

Na última semana, diz Sanches, o preço do anidro caiu R$ 0,05 por litro nas usinas de São Paulo, mas o impacto nas bombas só deve ser captado pela ANP no fim desta semana.

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O biodiesel também vem em alta. No último leilão realizado pela ANP, para entrega entre novembro e dezembro, o produto foi adquirido por R$ 5,907 por litro, 4,4% acima dos R$ 5,658 vigentes no bimestre anterior. No ano, a alta acumulada é de 6,4%.


O etanol hidratado também ficou estável nas bombas na semana passada, de acordo com os dados da ANP. Na média, o produto foi vendido a R$ 5,414 por litro no país, 0,4% acima do valor vigente na semana anterior.

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Este mês, não houve pressão por parte do ICMS, já que estados decidiram congelar os preços de referência para o cálculo do imposto. Caso contrário, o repasse da alta nas refinarias ajudaria a empurrar ainda mais o preço de bomba dos dois produtos.


A Fecombustíveis (Federação do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes) alega ainda que um primeiro reajuste no início de outubro ainda não havia sido integralmente repassado às bombas. Esse primeiro aumento ocorreu antes do congelamento do ICMS, o que elevou a pressão.

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Segundo as contas da entidade, com base nos preços da ANP, a parcela do preço final da gasolina que fica com distribuidoras e revendedores caiu entre o início de outubro e a semana passada, passando de R$ 0,83 para R$ 0,77 por litro.


De acordo com a ANP, o preço do gás de cozinha ficou estável na semana passada, em R$ 102,27 por botijão de 13 quilos. Nesta segunda-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou lei que garantirá a famílias de baixa renda um subsídio de 50% do preço final do produto.

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Já o preço do GNV (gás natural veicular) subiu 1,9% na semana passada, para R$ 4,354 por metro cúbico, na média nacional.


A escalada dos preços dos combustíveis é o principal fator de pressão inflacionária no país e vem provocando estragos na popularidade de Bolsonaro, que vinha afirmando um desejo de privatizar a Petrobras para deixar de ser responsabilizado pelos aumentos.


Nesta segunda, a expectativa do mercado para a inflação de 2021 chegou aos dois dígitos na pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central, com os especialistas passando a ver ainda mais aperto monetário em 2022.


O levantamento semanal apontou que a expectativa para a alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2021 chegou a 10,12% -na semana anterior, este percentual era de 9,77%-, bem acima do centro da meta de 3,75% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

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