A Secretaria Municipal de Saúde de Londrina deu prazo de 65 até 126 dias para o efetivo início dos trabalhos dos 436 servidores que serão convocados para recompor a equipe da pasta. O cálculo feito pela secretaria é que, atualmente, o déficit de servidores nas unidades de saúde é de 1.485 vagas, ou seja, as convocações reduzirão essa falta em 28,7%. As nomeações devem custar R$ 35 milhões a mais para os cofres públicos em 2025.
As contratações foram permitidas pelo prefeito Tiago Amaral (PSD) na sexta-feira (22) e abrangem aprovados nos três concursos promovidos em 2024 e outro de 2022. Na manhã desta segunda-feira (24), a secretária da Saúde, Vivian Feijó, afirmou que a convocação dos novos servidores deve ser publicada entre a quarta (26) e quinta-feira (27). No início deste ano, 27 funcionários foram convocados para compor a Rede Carinho, voltada para a saúde infantil, mas apenas metade das vagas dos pediatras foram preenchidas por falta de interesse dos aprovados.
O cargo que teve o maior número de convocações foi o de auxiliar de enfermagem, que prevê 207 profissionais ocupando vagas que já existem, mas, não estão preenchidas. De acordo com a secretária, o chamamento de servidores feito na atual gestão é o maior desde o ano de 2014, quando foram convocados 628 servidores para toda a administração pública municipal. “Depois disso, foram chamados 325 no ano de 2015 e, entre 2017 e 2024, foram chamados 219 servidores”, afirma.
Leia mais:

Motorista morre após colidir carro contra defensa metálica em Alvorada do Sul

Justiça revoga prisão de homem que atropelou e arrastou jovem em Apucarana

Diálogo e vigilância constante podem ajudar a amadurecer a democracia no Brasil

IAT abate javalis na Mata dos Godoy em Londrina

Contando as moedas
Se todos os cargos forem ocupados, o custo para a administração pública será de R$ 35 milhões por ano, recursos que não estavam disponíveis na LOA (Lei Orçamentária Anual), que fixa as despesas para a administração pública. “Quando chegamos na transição, eu não tinha orçamento para isso (contratações). Então, começamos a olhar todas as ‘caixinhas’ para ver onde podíamos cortar. Só aí começamos o exercício de saber quem iríamos contratar e quantos”, explica a secretária, para quem os servidores “contaram moedas” para readequar o orçamento.
Parte dos recursos virão das contratações previstas para os PAMs (Pronto-Atendimentos Municipais), que ainda não estão concluídos. Outra parte virá dos encerramentos de contratações temporárias. Além disso, a secretária e sua equipe preferiram priorizar funções que estavam mais defasadas. Um exemplo foi o volume previsto para auxiliares de enfermagem, que tem 306 vagas livres, das quais 207 serão preenchidas. “Por que não contratamos técnicos em enfermagem? Porque só tenho dez vagas. Então, priorizamos os mais defasados. São decisões muito difíceis. Não dá para agradar todo mundo porque o cobertor é muito curto”, justifica.

Trâmite demorado
Embora o número de convocados já esteja decidido, o início dos trabalhos não será imediato devido aos trâmites burocráticos inerentes à contratação da administração pública. De acordo com a diretora de Recursos Humanos da SMS, Luciana Cipriano Cabral, o prazo começa com 20 dias após a publicação da lista de convocados, tempo considerado hábil para que consigam indicar o interesse e juntar os documentos e exames médicos exigidos em edital.
Após isso, os candidatos passam pela perícia médica para admissão, que tem capacidade de atender de cindo a dez candidatos por dia. “Cada perícia leva de 40 minutos a uma hora de atendimento”, detalha. Prontas as perícias, o poder público baixa o decreto de nomeação, mas, os candidatos ainda têm direito de prorrogar a posse por até 60 dias e, após empossados, podem demorar sete dias para iniciar o trabalho em seu posto.