Os problemas socioeconômicos e ambientais ocasionados pelos javalis, chamados popularmente de porcos selvagens, já são conhecidos dos produtores rurais há muitos anos. Trata-se de uma espécie exótica invasora trazida para o Brasil na década de 1960 para a pecuária, mas a falta de controle fez o animal se espalhar rapidamente. São porcos nativos da Europa, Ásia e Norte da África, com facilidade de adaptação e comportamento violento.
As primeiras experiências para o manejo dos javalis no Brasil datam da década de 1990, no Rio Grande do Sul, e aos poucos foram se espalhando pelo país. Também foi proibida a importação desses animais e foram estabelecidas normas rígidas para a criação, mas os criadouros ilegais continuaram existindo. O aumento da distribuição pelo território nacional levou o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em 2013, a autorizar o controle da espécie.
Em Londrina, a ONG MAE (Meio Ambiental Equilibrado) realizou, entre 2018 e 2021, o monitoramento com câmeras do Parque Estadual Mata dos Godoy, que registrou o crescimento desses animais no local. A UEL (Universidade Estadual de Londrina) também monitora esses animais na região com o projeto “Monitoramento de mamíferos de médio e grande porte”, do Laboratório de Ecologia Evolutiva e Conservação.
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Uma publicação científica feita por pesquisadores da ONG e da UEL, em 2021, alertou que, embora a presença dos porcos selvagens fosse conhecida desde 2008 na Mata dos Godoy, os registros indicavam que o parque estava passando “pelos estágios iniciais de invasão”.
"Bomba-relógio sanitária"
Gustavo Góes, gestor ambiental e integrante da ONG MAE, explica que os javalis são considerados uma das cem piores espécies exóticas invasoras. Além disso, em 2019, um relatório do Ibama colocou Londrina como uma área prioritária para controle populacional.
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