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O critério de miserabilidade para a concessão de benefício assistencial

12 dez 2018 às 08:48
- (Foto: Reprodução/FreePik)
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O art. 203, inciso V da Constituição Federal, juntamente com o art. 20 da Lei Orgânica da Assistência Social, n. 8.742/93, assegura o Benefício de Prestação Continuada, também denominado de assistencial, no valor de um salário mínimo à pessoa com deficiência e ao idoso, maior de 65 anos, que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.


O parágrafo 3° do art. 20 da Lei 8.742/93, versa que "considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo". Para tanto, há a utilização de um critério objetivo que ateste essa miserabilidade.

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Frisa-se, todavia, que, principalmente nas instâncias judiciárias, o critério objetivo para mensuração da miserabilidade do requerente não é absoluto, uma vez que mesmo sendo a renda em alguns casos superior ao estipulado em lei, outros meios de prova sobre a situação de miserabilidade da família da pessoa com deficiência ou do idoso podem ser estabelecidos, e, desse modo, não há exclusão destes do risco social por meio das condições de vida que por ventura possam se encontrar.

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Veja-se, portanto, que a renda mensal per capita familiar, superior a ¼ do salário mínimo, não impede a concessão do benefício assistencial, desde que comprovada, por outros meios, a miserabilidade do requerente.

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Ademais, o STF – Superior Tribunal de Justiça – a maior instância do poder judiciário, já declarou, no dia 18 de abril de 2013, a inconstitucionalidade do parágrafo 3° do art. 20 da Lei Orgânica de Assistência Social (Lei 8.742/1993), ou seja, a inaplicabilidade da norma, declarando também como inconstitucional o parágrafo único do art. 34 da Lei 10.471/2003, do Estatuto do Idoso, por entender que o critério objetivo de renda para concessão de benefício assistencial não retira o indivíduo do risco social.


Embora o critério de aplicação subjetiva da renda familiar para a concessão do benefício assistencial seja mais utilizado nas instâncias judiciais, atualmente até mesmo o INSS tem disponibilizado a oportunidade para que o requerente comprove gastos com itens indispensáveis à manutenção digna, tais como a compra de medicamentos não fornecidos pelo governo, dentre outros elementos necessários para sobrevivência e que demonstram que a família do idoso ou da pessoa com deficiência ainda se encontra em situação de miserabilidade.

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Portanto, faz-se necessário analisar os casos particularmente, atentando-se não somente para a renda familiar auferida como requisito único à concessão do benefício assistencial, mas, também, para situações que demonstrem claramente a necessidade do requerente receber um amparo do Estado a fim de que este possa de fato constituir uma vida digna e em atenção aos parâmetros da justiça social. Confira o vídeo que trata sobre o assunto:


Carla Benedetti – Sócia da Benedetti Advocacia
OAB 66.036


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