Após tentativas anteriores de explorar a Terra-média em novos formatos, como a trilogia de O Hobbit e a série da Amazon Os Anéis de Poder, o universo de Tolkien ganha uma nova chance de brilhar com A Guerra dos Rohirrim. Ambientada séculos antes da jornada de Frodo, a animação foca na história de Helm Mão-de-Martelo, rei de Rohan que deu nome ao Abismo de Helm (onde para muitos acontece a batalha mais épica da trilogia), e sua filha guerreira, Héra. Com Peter Jackson como produtor executivo, o filme já carrega a responsabilidade de manter a qualidade épica que marcou a trilogia original. Mas será que consegue entregar o que os fãs desejavam?
A trama tem um bom ritmo e consegue balancear momentos de pura ação com passagens mais introspectivas. Helm é retratado como um personagem complexo, dividido entre sua liderança e os sacrifícios pessoais que ela exige. No entanto, a grande estrela do filme é sua filha, Héra, que nos lembra muito Éowyn devido à sua proeza com a espada e no manejo dos cavalos. As cenas de batalha são visualmente impressionantes, mas o roteiro também dedica tempo para mostrar os laços e os conflitos que tornam Rohan um reino tão único.
Leia mais:

Pokémon GO confirma presença na gamescom latam 2025

Elden Ring: Nightreign – A Nova Aposta da FromSoftware em Roguelike Cooperativo

Apple TV+ revela atrações na CCXP24 com 'Ruptura' e 'Entre Montanhas

Coringa: Delírio a Dois – Um Musical de Loucura e Romance que Divide Opiniões
A animação já começa arrepiando com a icônica trilha sonora de Rohan do segundo filme da trilogia e a voz de Éowyn como narradora da história, remetendo diretamente ao início de O Senhor dos Anéis. O estilo visual surpreende positivamente; mesmo sendo uma animação, respeita com maestria a estética estabelecida pelos filmes de Peter Jackson. As paisagens de Rohan estão lindas e ricas em detalhes, enquanto o design dos personagens mistura realismo com o toque artístico típico do anime. Esse equilíbrio funciona muito bem, sem perder a essência que os fãs tanto valorizam, e é amplificado pela maravilhosa trilha sonora.
Os fãs da obra de Tolkien vão encontrar muitos pequenos detalhes para se deliciar, desde menções sutis a elementos do Silmarillion até a recriação cuidadosa de cenários icônicos como o palácio de Edoras e a fortaleza do Abismo de Helm. O filme entrega batalhas épicas, cenas de heroísmo e uma dose equilibrada de magia e misticismo — exatamente o que os admiradores da obra esperavam. Dá para sentir que houve um esforço genuíno em manter a fidelidade ao espírito das histórias originais, mesmo com algumas liberdades criativas. Tudo isso é representado com uma animação de alta qualidade, que nos faz até esquecer que estamos assistindo a um desenho.
Uma possível crítica é que a obra talvez não agrade tanto aos fãs mais conservadores, que ainda associam animações a produções infantis. No entanto, A Guerra dos Rohirrim trata sua narrativa com a mesma seriedade e profundidade de um filme live-action, provando que o formato é ideal para explorar novas dimensões da Terra-média.
De qualquer forma, acredito que esta obra tem tudo para ser um grande sucesso, especialmente entre os fãs que ansiavam por uma experiência similar à dos primeiros filmes. Com Peter Jackson como produtor executivo e o toque de anime do diretor Kenji Kamiyama, A Guerra dos Rohirrim também tem potencial para conquistar novos públicos. O vasto mundo de Tolkien ainda guarda dezenas de histórias esperando para serem contadas, e se esta é uma indicação do que está por vir, podemos sonhar com um futuro brilhante para a Terra-média.
Crítica por: Pedro Vinícius Garagnani
Siga-nos no Instagram: @londrinageek
Nota 9,5/10