A FromSoftware se consolidou nas últimas décadas como uma das empresas mais influentes no mundo dos jogos digitais, com suas séries de fantasia sombria e ambientes hostis. Com o lançamento de Elden Ring em 2022, a empresa chamou a atenção de um público muito maior com o que podemos considerar o ápice de todos os elementos vistos anteriormente, o que comprova sua vitória como Jogo do Ano pelo The Game Awards daquele ano.
Com toda essa fama, porém, é interessante o caminho que a empresa vem tomando ao abordar jogos mais “experimentais”, como é o caso de Nightreign, que possui uma abordagem próxima a jogos roguelike e até mesmo influências de jogos de tiro famosos como Fortnite e PUBG.
Elden Ring: Nightreign é um jogo co-op no qual o jogador pode escolher classes fixas, cada uma com suas habilidades específicas dentro do universo da série Souls. Vários elementos descartados dos jogos base foram reaproveitados em partidas mais rápidas, sem necessidade de builds fixas.
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Os personagens jogáveis na beta possuem, de certa forma, uma mecânica própria de classes, mas com a liberdade de serem montados conforme o jogo avança. São eles:
- Wylder: personagem mais balanceado e com mecânicas de guerreiro. Suas habilidades estão voltadas para a movimentação e quebra de postura do inimigo, utilizando um gancho. Seu especial é uma grande explosão, que remete muito ao gameplay de Sekiro.
- Guardian: voltado para a função de tank ou defensor. Possui maior HP e um escudo que bloqueia ataques sem sofrer grandes danos na postura. Sua grande diferença está na habilidade de controle de inimigos com rajadas de vento e um especial que tanto causa dano em área quanto protege aliados ao redor. Além disso, ele é um híbrido de águia e humano.
- Duquesa: personagem que lembra muito as mecânicas de Bloodborne, com maior agilidade e DPS, em troca de pouco HP. Suas habilidades se destacam no modo co-op: ela pode repetir os últimos segundos de movimentação de um inimigo, dobrando o dano recebido por ele. Seu especial deixa ela e seus companheiros invisíveis, permitindo ataques críticos ou fugas estratégicas.
- Reclusa: uma maga capaz de absorver elementos usados contra os inimigos, gerando habilidades mistas sem custo de SP. Isso cria situações de dano ou suporte, dependendo da ordem das habilidades elementais absorvidas. Seu especial marca o inimigo, convertendo todo o dano sofrido por ele em HP e SP para os atacantes, sendo uma ótima escolha para suporte ou damage boost.
Todas as classes, no entanto, podem ser personalizadas livremente durante a partida. Diferente do jogo base, não há limite de habilidades ou requisitos para equipar armas, escudos ou magias – tudo é livre ou vinculado a armas específicas.
As partidas misturam muitos elementos de roguelike: os jogadores devem sobreviver por três dias enquanto um círculo mágico se fecha ao longo do jogo, drenando a vida dos players e forçando-os a agir rapidamente para ficarem mais fortes. Isso pode ser feito ao derrotar inimigos ou chefes espalhados pelo mapa, que concedem bônus de habilidades, talismãs com poderes únicos ou armas mais poderosas.
O sistema de morte é interessante: jogadores podem reviver aliados caídos causando dano neles para aliviar uma barra de recuperação. A cada morte, essa barra se estende, e jogadores derrotados são levados às “graças” (checkpoints) mais próximas, perdendo um nível já adquirido – o que pode impactar as builds finais.
No final de cada noite, os jogadores enfrentam um chefe, que pode não ser exclusivo de Elden Ring, mas sim da série Souls como um todo. Um exemplo disso é a Centopeia Demônio, chefe encontrado no primeiro Dark Souls. O nível máximo do jogador é 15, e a cada nível ele recebe aumentos específicos para sua classe, além de liberar o uso de armas mais poderosas.
No final do terceiro dia, os jogadores enfrentam o chefe da fase, que na beta é um inimigo exclusivo chamado Galen, um lobo de três cabeças que se divide em três, forçando uma cooperação maior entre os jogadores para causar dano e se defenderem em momentos distintos.
Acredito que a ambientação de Elden Ring seja excelente para esse tipo de jogo, mas o título final precisa apresentar uma maior variedade. Embora o uso de armas aleatórias incentive os jogadores tradicionais a explorarem builds nunca antes planejadas, o fato de os mapas sempre começarem nos mesmos pontos pode gerar desgaste rapidamente. Para que o modo roguelike funcione bem, seria interessante incluir mais variações e evitar que as partidas pareçam sempre “mais do mesmo”.
Outro ponto que pode prejudicar a longevidade do jogo é a falta de um sistema de cross-play ou modos para jogo solo ou em dupla, algo que até o momento não foi anunciado.
Em resumo, Elden Ring: Nightreign é uma proposta interessante e experimental, trazendo elementos clássicos da FromSoftware com um gameplay mais rápido e dinâmico para partidas curtas com amigos. No entanto, para garantir sua sobrevivência a longo prazo, o jogo precisará oferecer mais variedade e liberdade estratégica, já que cada segundo conta e uma má decisão pode significar o fim precoce da partida.
Review por: Fred
@londrinageek