O crescimento econômico do País e a consequente expansão do mercado de trabalho, aumentaram o número de brasileiros que comem fora de casa. É isso que aponta um estudo do Data Popular que entrevistou em 2011 cerca de 18 mil pessoas em 26 Estados e descobriu que 65,3% das pessoas fazem refeições em restaurantes. A pesquisa também mostra que é a classe C é a que mais se alimenta fora de casa, com 54,6%.
"O hábito de se alimentar em restaurantes pode levar alguns ao consumo exagerado de proteína animal e frituras, causando aumento de peso e do colesterol", alerta a nutricionista Rita de Cássia Leite Novais, da Consultoria Alimentar.
Rita de Cássia comenta que comer uma porção de fruta no meio da manhã é uma boa dica para não chegar no horário do almoço "faminto", pois a fome exagerada é inimiga das escolhas corretas. "Outra dica é escolher um restaurante que tenha alternativas mais saudáveis ou então levar a marmita de casa", sugere.
O que levar
A nutricionista explica que a marmita deve ser montada em dois recipientes, uma composta por saladas cruas e por legumes coloridos - que fornecem uma variedade de vitaminas e minerais – e a outra, ocupada por carboidratos (arroz, batata ou macarrão), feijão e uma porção de proteína que pode ser carne, peixe ou frango, dando preferência para os grelhados, assados ou cozidos.
"Optar por recipientes com divisórias deixa o prato ainda mais bonito e agradável. Além disso, as divisórias evitam o risco de contaminações, tendo em vista que cada alimento se comporta de maneira diferente quanto à conservação", enfatiza.
Rita de Cássia lembra que caso a marmita não seja armazenada adequadamente pode azedar. "Após o preparo faça o resfriamento rápido dos alimentos com água gelada e pedras de gelo colocadas na parte externa ao fundo da marmita. Após esfriar, tampe e deixe-a na geladeira. Para transportá-la, use bolsas térmicas" orienta.
Comida congelada
A utilização de alimentos congelados pode ser uma forma fácil e prática para preparar e levar comida ao trabalho, já que o congelamento favorece a preservação das características dos alimentos e evita o crescimento de microorganismos que os deterioram. Mas a nutricionista lembra que a preferência deve ser sempre por alimentos in natura. "Quanto mais frescos melhor, visto que com o decorrer do tempo as verduras, legumes e frutas vão perdendo suas vitaminas".
"Para a marmita as preparações devem ser congeladas separadamente, por exemplo, a carne em um recipiente e o arroz em outro, ou então utilizar recipientes com divisórias", diz.
No descongelamento os alimentos podem ser levados diretamente ao microondas em potência mínima ou deixados na própria geladeira, por até 5 horas, e em seguida aquecer no fogo convencional. O descongelamento nunca deve acontecer em temperatura ambiente.
"Caso o alimento seja esquentado num marmiteiro, deve-se ter cuidado com a higiene do equipamento e da água, pois a falta de higiene aumenta o risco de contaminação", alerta Rita de Cássia.
Outra informação importante é que não se deve descongelar e posteriormente recongelar o mesmo alimento, pois a oscilação de temperatura permite o crescimento de bactérias.
Sobremesas
Para quem não resiste a um almoço sem sobremesas, é bom optar por uma fruta ou doces que não contenham chantilly ou creme de leite, como por exemplo, doce de banana, figo ou abóbora.
*Rita de Cássia Leite Novais é especializada em Nutrição Clínica e Vigilância Sanitária de Alimentos e proprietária da Clínica Consultoria
Alimentar.