Nutrição

Medo de engordar impede fumantes de deixarem o cigarro

01 jun 2012 às 13:08

Que lutar contra a dependência do cigarro é difícil, isso os médicos, neurocientistas, fumantes e ex-fumantes já sabem. Seja pelo fato de a nicotina agir no sistema nervoso como estimulador da produção de neurotransmissores que geram a sensação de prazer, seja pelo medo que se tem de engordar após deixar o cigarro. Os dois fatores têm forte ligação e podem ser explicados pela influência da nicotina no cérebro. Segundo a nutricionista Juliana Martins, do Hospital Copa D’Or no Rio de Janeiro, não é um mito que quem tenta abandonar o cigarro tem grandes chances de engordar.

"A nicotina provoca duas sensações no fumante: bem estar e alterações no olfato e no paladar. Geralmente, a pessoa se sente bem ao fumar e, como não sente mais tanta atração pela comida, acaba se bastando muitas vezes no cigarro", explica Juliana. Além de inibir a fome, a substância acelera o metabolismo e pode levar a uma perda de peso natural. "O equilíbrio do peso causado pelo cigarro não é saudável, no entanto, pois se o fumante se deixa levar pela falta de apetite e não se alimenta, pode chegar a um quadro de desnutrição", diz.


Quando consegue parar de fumar e a nicotina deixa de fazer efeito no organismo, em poucos meses o fumante já sente diferenças no olfato e no paladar. Ao aguçar estes dois sentidos, essenciais para o apetite, existem fortes chances de o indivíduo aumentar consideravelmente a ingestão de alimentos. Outro efeito comum é substituir o prazer que a nicotina garantia ao cérebro por balas, chocolates e outras guloseimas altamente calóricas e pouco nutritivas.


A nutricionista recomenda a prática de exercícios físicos e psicoterapia como formas de aliviar as tensões pós-cigarro, uma vez que também são fontes naturais de liberação de bem estar. A alimentação também pode ser uma boa aliada para que o estágio entre o fim do tabagismo e a nova vida não seja uma etapa marcada por frustrações estéticas.


O que incluir na alimentação


Tomate, melancia e goiaba são ricos em licopeno, que além de combater o envelhecimento das células, estimula o sistema de defesa do organismo;


Vegetais crucíferos, como brócolis, couve-flor e repolho são fontes de sulfarofanos, capaz de eliminar substâncias químicas;


O resveratrol, a catequina e a epicatequina, antioxidantes presentes nas uvas vermelhas, sucos de uva e vinho tinto, são fundamentais para combater os radicais livres;


Frutas cítricas (laranja, acerola, limão, goiaba e tangerina) também estão na lista dos alimentos fontes de antioxidante, pois são fontes de vitamina C que estimula o sistema imunológico;


O chá verde e o chá branco são excelentes fontes de flavonoides e compostos antioxidantes;


Vitaminas do complexo B, presentes nos cereais integrais, como aveia e os minerais zinco e magnésio encontrados na semente de abóbora, castanha de caju, nozes e pistache também auxiliam na proteção das células contra os radicais livres;


O consumo de alho cru, como tempero, por exemplo, fornece sulfetos alílicos, como os antioxidantes aliina e alicina. Além disso, auxilia no combate a infecções atuando coimo antibiótico natural;


Consumo de alimentos integrais e ricos em fibras é importante para o controle da saciedade. A chia é um grão rico em ômega 3 e que possui grande poder no controle da saciedade, sendo recomendado o consumo de 1 colher de sopa ao dia;

Além destas inclusões, a ingestão de líquidos (além do leite e dos laticínios) e a alimentação regular a cada 3 horas é importante.


Continue lendo