Resultados de estudos recentes realizados pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, sugerem que pacientes com DMRI avançada - Degeneração Macular Relacionada com a Idade - são menos propensos a consumir peixes e mariscos.
Os pesquisadores americanos reuniram e analisaram dados dietéticos e oftalmológicos de 2.520 idosos entre 65-84 anos de Maryland. Neste grupo, foram acompanhados de perto os participantes que já apresentavam drusas - acúmulos de substâncias tóxicas nas camadas mais profundas da retina - e os que tinham anormalidades no epitélio pigmentar da retina.
Só então a relação entre o desenvolvimento de DMRI e o consumo de peixes e crustáceos foi examinada. Os resultados indicam que os idosos que consumiram uma ou mais porções de peixes e crustáceos por semana, alimentos ricos em ácidos graxos Ômega-3, tiveram um risco reduzido de desenvolver a DMRI em sua versão mais avançada, em comparação com aqueles que consumiam peixes ou mariscos com menos freqüência.
Além da pesquisa realizada na Hopkins, outros estudos de base populacional têm mostrado uma associação inversa entre a ingestão dietética de ácidos graxos Ômega-3 e o risco de DMRI tardia. Atualmente, um ensaio clínico randomizado conduzido pelo National Eye Institute, o AREDS2, investiga o efeito que o Ômega-3 e outros suplementos de ácidos graxos podem ter na progressão para DMRI avançada.
Importância do Ômega3
O papel protetor dos peixes parece potencialmente ligado ao seu teor de Ômega-3. "Ainda não foram investigados completamente os impactos dos diferentes tipos de peixes ou frutos do mar como fator de proteção das doenças oculares, mas já sabemos que a ingestão elevada de peixes e frutos do mar, ricos em ácidos graxos Ômega-3, como o caranguejo e ostras, têm um efeito protetor sobre a retina, o que diminui o risco de desenvolvimento da DMRI", afirma o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
O Ômega-3 é importante para preservar os pequenos vasos que irrigam os olhos e ainda protege a retina contra inflamações. Não são apenas os peixes que merecem entrar no prato com mais frequencia: as nozes também são protetoras da visão. Dois punhados por semana aumentariam o escudo contra o declínio da mácula. O azeite de oliva é outro exemplo. Assim como as oleaginosas, o benefício vem da mistura de gorduras saudáveis e substâncias antioxidantes, aquelas capazes de atenuar os efeitos do tempo na visão.
As gorduras benéficas selecionadas para o cardápio ainda mantêm um elo com a lubrificação do globo ocular. E quem se sobressai de novo é o Ômega-3, também consagrado no combate ao olho seco. "Esse problema é causado por uma mudança na composição da lágrima que umidifica a córnea, que passa a evaporar mais depressa. Como os lipídios são ingredientes desse líquido, há evidências de que o ômega dos peixes e da linhaça contribua para restabelecer a normalidade das lágrimas", destaca Centurion (com informações MW- Consultoria de Comunicação).