Nutrição

Descubra porque é difícil resistir à tentação dos doces

29 dez 2010 às 10:57

Possivelmente não há um ser humano que nunca tenha tido a curiosidade de saber por que é tão difícil resistir a uma bela sobremesa ou mesmo a um 'inofensivo' bombom. Os chocólatras que o digam! Consumir alimentos doces nos dá grande prazer, já que mais do que deliciar o paladar, uma guloseima alivia a ansiedade, a tristeza e nos dá a sensação de 'plena satisfação'.

Tudo isso acontece porque quando comemos alimentos açucarados nosso cérebro libera a serotonina, substância que desempenha um importante papel no sistema nervoso, com diversas funções, como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, da temperatura corporal, do apetite, do humor, da atividade motora e das funções cognitivas.


Essa substância é responsável por melhorar o humor, causando uma sensação de bem-estar. Logo, é natural que busquemos sempre alguma forma de estimular a liberação de serotonina, neste caso, comer doces.


Já a sua falta tem sido relacionada a doenças graves, como mal de Parkinson, distonia neuromuscular e tremores. Depressão, ansiedade, comportamento compulsivo, agressividade, problemas afetivos e aumento do desejo de ingerir doces e carboidratos também foram relacionados a ela.


"Quando você estiver ansioso ou deprimido, observe se recorre a massas ou doces. Se houver falta de autocontrole e você estiver sempre desejando ingerir carboidratos e doces, pode ser uma indicação de um desequilíbrio da taxa de serotonina no cérebro. O desejo por certos tipos de alimentos nem sempre está associado à busca de prazer e saciedade. Poderá evidenciar um desequilíbrio químico e exigir um tratamento", explica a psicóloga Flávia Leão Fernandes.


Com taxas normais de serotonina, a pessoa atinge mais facilmente a saciedade e consegue maior controle sobre a ingestão de açúcares. Medicamentos que aumentam a taxa de serotonina são cada vez mais utilizados para emagrecer. A sibutramina e a fluoxetina, medicamentos antidepressivos, costumam proporcionar maior controle sobre o apetite, especialmente para doces, porque equilibram a produção de serotonina. Alimentos ricos em proteínas, como carne bovina e de peru, peixe, leite e seus derivados, amendoim, tâmara, banana, entre outros, contêm triptofano, um nutriente que ajuda a combater os efeitos da falta de serotonina.

Flávia Fernandes lembra que somente a avaliação de um médico especialista poderá esclarecer a necessidade, ou não, de algum medicamento que equilibre o funcionamento químico do cérebro. "A fome e o prazer de comer podem induzir a erros de nutrição. Devemos nos alimentar conscientes de que podemos beneficiar ou prejudicar nossa saúde e nosso estilo de vida. A química cerebral agradece e contribui quando nossa alimentação é equilibrada e saudável", sentencia.


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