A AIE (Agência Internacional de Energia) fez um alerta em agosto a respeito da relação do ar-condicionado com a alta emissão de carbono na atmosfera. A estimativa é que sejam liberados 1 bilhão de toneladas de CO2 ao ano, de um total de 37 bilhões em todo o mundo.
Por outro lado, o risco de morte relacionada ao calor cai cerca de 75% nos lares com ar-condicionado e novas tecnologias prometem reduzir o impacto ambiental. Infelizmente, dos 3,5 bilhões de pessoas que vivem em climas quentes, aproximadamente 15% têm ar-condicionado, enquanto em países ricos, como os Estados Unidos, o aparelho está em 90% dos lares. A estimativa global chega aos 2 bilhões de unidades pelo mundo e tende a aumentar, em razão só aquecimento do planeta. Se a pergunta fosse “usar ou não”, a resposta seria sim, mas de forma racional.
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O médico otorrinolaringologista Allex Itar Ogawa, professor do curso de Medicina da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) campus Londrina, orienta a usar o aparelho sem abrir mão da saúde. O ar gelado do ar-condicionado causa o ressecamento das vias aéreas, o que pode levar a sintomas como pigarro, sensação de secura no nariz e, em crianças, principalmente pode causar sangramento nasal. Outro ponto de alerta é a posição das pessoas em relação à saída de ar frio, o ideal é que nunca se fique em frente ou de costas, mas ao lado do aparelho. Saber a forma correta de utilizar o ar condicionado também contribui para a saúde das pessoas no ambiente.
“Utilizar o ar-condicionado é inevitável por conta do calor, então o primeiro cuidado é resfriar o ambiente de forma gradativa para evitar o choque térmico. Comece com uma diferença de até oito graus a menos que a temperatura externa. Se do lado de fora a temperatura está em 32 graus, por exemplo, ajuste para 24 graus. Ainda é um pouco quente, mas deve ficar assim por um tempo até que se possa baixar a temperatura mais um pouco”, aponta.
O médico também destaca a importância de manter o aparelho limpo e com manutenção em dia. Os filtros precisam estar limpos para evitar o acúmulo de partículas dentro do ar-condicionado, porque estas mesmas partículas podem irritar o nariz. No ambiente doméstico, a maioria dos aparelhos é do tipo split, tem fácil conservação e limpeza, basta seguir as orientações do fabricante.
"É verdade que o uso do ar-condicionado pode desencadear rinite e sinusite. Em excesso, realmente pode agravar a rinite alérgica, causar rinite vasomotora e pode causar a sinusite. É importante entender que existem vários tipos de rinite. Na rinite alérgica, normalmente a pessoa entra em contato com alérgeno, o corpo precisa processar, por isso os sintomas aparecem em meia hora, uma hora depois. A rinite irritativa vasomotora, por sua vez, tem resposta imediata. A pessoa tem vontade de espirrar, sente coceira no nariz e pode até apresentar coriza minutos depois de entrar em um ambiente muito frio, com ácaros, partículas de sujeira ou com um cheiro mais forte de perfume. A sinusite é uma extensão da rinite, uma dor intensa causada pela inflamação dos seios paranasais, popularmente 'seios da face'. Se a rinite piora, a sinusite a acompanha".
Um aliado de quem utiliza o aparelho de ar-condicionado é o umidificador, e é preciso entender como usar de forma correta. A umidade excessiva pode causar a proliferação de ácaros, principal causador da rinite alérgica. O aparelho deve ser utilizado por duas a quatro horas junto com o ar condicionado e ser desligado junto, nunca deixar ligado a noite inteira. Para quem não dispõe de umidificador, alternativas caseiras podem ser eficazes. Uma toalha parcialmente mergulhada em uma bacia com água aumenta a superfície de contato de evaporação e melhora a umidade do ambiente.