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Mostra estudo

Idade das artérias pode ser diferente da idade biológica do paciente

Agência Brasil
26 abr 2019 às 14:41

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- Shutterstock
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Estudos feitos na Europa pela sociedade médica Artery descobriram um novo exame capaz de identificar se uma pessoa, mesmo jovem, tem artérias rígidas que podem causar lesões comumente encontradas em pessoas mais velhas. Isso significa que a idade das artérias pode ser diferente da idade biológica do paciente e quanto mais velhas elas forem, maiores são os riscos para o coração. A informação é do presidente da Artery Latam (Sociedade Arterial Latino-Americana) e da Lash (Sociedade Latino-Americana de Hipertensão), cardiologista Eduardo Costa Duarte Barbosa e marca o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, comemorado nesta sexta-feira (26).


O novo método de exame utiliza a VOP (velocidade de onda de pulso), gerada a partir de cada batimento do coração como um biomarcador de dano vascular, que é avaliado por meio da pressão central.

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Os estudos comprovaram que a parede vascular tem, pelo menos, duas funções. A camada celular que reveste interiormente os vasos sanguíneos e linfáticos, denominada endotélio, funciona como um órgão e tem a função de contração de elasticidade da artéria, disse Barbosa. A parede média é uma camada que contém bastante elastina, quando a pessoa é jovem, e dá elasticidade ao vaso. Ao longo do tempo, o ser humano vai transformando a elastina em colágeno e ela vai ficando mais dura. É a arterioesclerose, ou esclerose das artérias, em que o vaso vai perdendo a capacidade de elasticidade. Por isso, costumava-se dizer que na pessoa idosa, a pressão arterial aumentava.

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"E, no passado, achava-se que isso era normal. Era fisiológico, o vaso envelhecia e era normal a pressão subir", disse Barbosa. "Na verdade, descobriu-se que isso também causava um dano. O vaso endurecia, a pressão subia. O vaso perde a capacidade de acomodar, dilata para acomodar a pressão que está mais alta", explicou.

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Vaso doente


Com a continuidade das pesquisas, os médicos passaram a comparar como era o vaso de um paciente normal e de outro doente. "E a gente viu que o vaso de um paciente doente tinha um endurecimento, como se estivesse mais velho. Daí, a gente viu que tinha relação: quanto mais duro ou rígido o vaso fosse, mesmo se a pessoa fosse jovem, o comportamento daquela artéria era como se ele tivesse 70 anos, porque já tinha placa". A partir daí, a Artery começou a investigar e descobriu que a avaliação da elasticidade arterial pode estratificar melhor os fatores de risco do paciente.

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A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda o uso desse método também em jovens de risco intermediário, para reestratificar os fatores de risco, porque a velocidade de circulação do sangue pelo vaso pode estar aumentada e a artéria estar mais velha e não corresponder à idade biológica da pessoa. Com isso, os médicos conseguem fazer um diagnóstico precoce e preveem quem vai ter doença cardiovascular, quem vai ter isquemia cerebral ou infarto.


"A gente não espera a placa aparecer, porque já sabe que o vaso está doente, e consegue detectar precocemente quem vai ter problema cardíaco. Conhecer a velocidade de onda de pulso faz toda a diferença, o que se consegue por meio da medida da pressão central". Segundo o presidente da Artery Latam, o dado importante é a velocidade de onda de pulso. "E para saber a velocidade de onda de pulso, a gente tem que conhecer a pressão central". Com essa informação, os médicos podem determinar a qualidade das artérias, além da idade biológica dos vasos, e escolher tratamentos mais adequados para cada paciente.


Redução da mortalidade

A adoção desse novo método de exame pode vir a reduzir as taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares, responsáveis por mais de 380 mil mortes no Brasil, segundo a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), e aproximadamente 18 milhões de mortes no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Com o diagnóstico precoce, o médico pode tentar evitar as doenças cardíacas. "Assim, nós vamos diminuir não só a taxa, mas também a mortalidade por doença cardiovascular, que é a doença que mais mata no país hoje".


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