A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu na quarta-feira (13) autorizar a aplicação emergencial da vacina CoronaVac em crianças de três a cinco anos de idade. O imunizante é produzido pelo Instituto Butantan.
Durante reunião da diretoria colegiada, em
Brasília, por unanimidade, a agência seguiu recomendação das áreas
técnicas e autorizou a imunização com duas doses da vacina, no intervalo
de 28 dias. A aprovação vale somente para crianças que não são
imunocomprometidas. A vacina é contra a covid-19.
Não há prazo para o início da utilização do imunizante no plano nacional de vacinação. A decisão caberá ao Ministério da Saúde.
Leia mais:
Estudo mostra falhas em tratamento tradicional contra drogas
Governo prorroga até março de 2025 isenção de medicamentos importados
Permissão para suicídio assistido e eutanásia avança na Europa nos últimos anos
Casos de coqueluche aumentam 86% no Paraná nos últimos 30 dias
Para a diretora Meiruze Souza Freitas, da
Anvisa, relatora do pedido, a CoronaVac está aprovada em 56 países pela
OMS (Organização Mundial da Saúde), teve cerca de um bilhão de doses
aplicadas e tem contribuído para reduzir mortes e hospitalizações.
"Vacinar crianças de três a cinco anos contra a
covid-19 pode ajudar a evitar que elas fiquem gravemente doentes se
contraírem o novo coronavírus", explicou.
A faixa etária entre cinco e 11 anos começou a
ser vacinada em janeiro. Nesse caso, são aplicados os imunizantes da
Pfizer (versão pediátrica) e a CoronaVac.
Estudos
A decisão foi baseada em diversos estudos nacionais e internacionais sobre a eficácia da vacina em crianças.
As pesquisas foram realizadas pela Fiocruz (Fundação
Oswaldo Cruz) e Instituto Butantan, além de entidades
internacionais. Também foram levados em conta pareceres de sociedades
médicas e das áreas de farmacovigilância e de avaliação de produtos
biológicos da Anvisa.
Um dos estudos clínicos, feito no Chile,
mostrou efetividade de 55% da CoronaVac contra a hospitalização de
crianças que testam positivo para a covid-19. Além disso, as crianças
que participaram dos estudos clínicos apresentaram maior número de
anticorpos e menos reações à vacina em relação aos adultos.
No Brasil, outros dados revelaram que as
reações graves após a imunização foram consideradas raras e raríssimas. A
conclusão foi obtida após análise de 103 milhões de doses aplicadas no
país.