Corpo & Mente

Sangue raro de paranaense será enviado para Minas Gerais

18 jun 2015 às 14:21

Segue nesta quinta-feira (18), para Minas Gerais, o sangue doado por uma paranaense para auxiliar no tratamento de uma paciente mineira portadora de anemia falciforme. É um tipo raro de sangue, que será fornecido pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar). A localização da doadora, que é de Curitiba e cujo sangue tem características semelhantes à da paciente receptora, foi feita com o apoio da mídia e das redes sociais.

Na tarde da última terça-feira (16), o Hemepar recebeu uma solicitação do Hemominas pedindo ajuda de todos os bancos de sangue do país para o fornecimento deste tipo sanguíneo específico ("O" com especificidade rara). Assim que recebeu a notícia, a equipe do Hemepar fez uma busca em seu banco de dados e identificou que havia uma doadora compatível entre os 30 mil doadores de Curitiba e região metropolitana já cadastrados.


Apesar disso, não foi fácil localizá-la. A última doação registrada desta paranaense havia acontecido em 2004 e por isso as informações sobre o endereço e telefone para contato dela estavam desatualizadas. Neste momento, o Hemepar desencadeou um amplo trabalho de divulgação na mídia e nas redes sociais para tentar encontrar esta doadora e chamá-la para doação.


"Felizmente, tudo deu certo. Conseguimos contactá-la e imediatamente ela aceitou vir fazer a doação nesta quarta", explica a assistente social do Hemepar, Fabiane Janata. Agora, o sangue coletado passará pela etapa de processamento e testes laboratoriais até que esteja em condições ideais para ser transportado a Minas Gerais.


FENOTIPAGEM - A rápida identificação da doadora compatível é fruto do reconhecido trabalho de mapeamento do sangue coletado no Paraná. Atualmente, estima-se que 30% dos doadores do Hemepar já tenham relatórios de fenotipagem elaborados, ou seja, já tenham o seu perfil sanguíneo detalhado – muito além do sistema ABO e do fato RH que determinam se um sangue é apenas O+, O-, A+, A-, B+, B-, AB+ ou AB-.


Divulgação / SESA


"A fenotipagem é importante principalmente para o atendimento de pacientes que recebem transfusão de sangue com mais frequência, como aqueles que tem talassemia ou doença falciforme, como é o caso desta receptora mineira", afirmou a chefe da divisão de produção do Hemepar, Anália Machado.


De acordo com Anália, cada pessoa tem uma composição sanguínea diferente da outra e por isso quem realiza múltiplas transfusões durante a vida pode desenvolver anticorpos que levam até a rejeição do sangue recebido. "Por isso, quando atendemos este tipo de paciente, vamos sempre em busca de doadores que tenham o máximo de características sanguíneas semelhantes a do receptor. É uma forma de prevenir possíveis complicações", disse.


Essa busca citada por Anália é bastante ampla. Quando não há doadores compatíveis no Estado, o Hemepar também se utiliza de outros bancos de dados do país para atender seus pacientes.


PASSO A PASSO - Para se tornar doador (fenotipado ou não) é preciso ter entre 16 e 69 anos, passar por uma breve entrevista e ser considerado apto nos exames solicitados. Menores de idade precisam da autorização dos responsáveis. Homens podem doar a cada dois meses. Já as mulheres devem respeitar um intervalo de três meses entre cada doação.


Quem faz três ou mais doações em um período de 12 meses tem direito a um certificado de doador fidelizado. O documento garante uma série de benefícios, como pagar meia-entrada em shows, espetáculos culturais, eventos esportivos, cinemas, exposições, entre outros. Para manter o certificado válido é preciso doar sangue pelo menos duas vezes a cada 12 meses.

SERVIÇO – Para saber mais informações sobre locais, dias e horários de doação ligue 0800-645-4555.


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