A recomendação do Ministério da Saúde na Colômbia para que casais evitem engravidar pelos próximos seis meses, em função do aumento no número de casos do vírus zika no país, causou polêmica desde o anúncio oficial, no início da semana.
A Colômbia anunciou ter detectado mais de 13 mil casos confirmados de zika. Ainda não há informações sobre ocorrências de microcefalia em bebês que possam ter relação com o vírus, mas as notícias brasileiras preocupam as autoridades do país.
No Brasil, ainda não há recomendações nesse sentido - embora em novembro o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, chegou a recomendar que as mulheres adiassem planos de gravidez, mas depois acabou voltando atrás.
Agora, especialistas em saúde criticaram o governo colombiano pelo que consideraram uma medida exagerada e que pode provocar pânico na população. Até porque o país ainda não registrou nenhum caso de microcefalia associada ao zika.
Dever
"Estamos um pouco incomodados com a recomendação. A gravidez tem uma série de riscos, alguns bem mais complicados que o zika. Se adotarmos o mesmo critério, as mulheres jamais poderiam ficar grávidas", disse à BBC Mundo Marco Duque, obstetra da Clínica Del Country, em Bogotá.
"As pessoas estão assustadas e há um volume grande de informações. Mas disse a meus pacientes que isso parece uma recomendação excessiva". No entanto, o vice-ministro da Saúde, Fernando Ruiz Gomez, nega que o governo tenha sido rigoroso demais.
Estamos dizendo às mulheres que levem em conta o risco de contágio do zika em sua decisão de ter bebês", afirmou Gomez, acrescentando que o ministério tem a obrigação de alertar o público. E disse que faria o mesmo se uma epidemia de rubéola, doença que comprovadamente pode trazer complicações para fetos, estivesse ocorrendo.
Nas últimas semanas, autoridades colombianas cogitaram a ideia de recomendar uma moratória na gravidez para pessoas vivendo em localidades abaixo de 2.200m de altitude, onde há mais ocorrência do mosquito transmissor da zika, o Aedes aegypti. Mas pediram que mulheres grávidas evitassem viajar para áreas atingidas pelo vírus.
(com informações do site BBC)