A vesícula tem como principal função armazenar a bílis, líquido que é usado na digestão dos alimentos, principalmente as gorduras. Entretanto, quando parte das substâncias que formam esse líquido, como os cristais biliares, se solidificam, formam pedras ou cálculos biliares, a chamada colelitíase.
E quando elas se formam começam os sintomas, como enjoos e aquela sensação de empachamento, ou seja, de que não fez a digestão. Algumas das pessoas que têm as pedras também sentem dores intensas e agudas, geralmente após as refeições, na parte superior direita do abdome.
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As causas para as pedras na vesícula são várias, mas são mais comuns em mulheres, que já tiveram filhos e com mais de 40 anos. Também é mais frequente em pessoas obesas e que tiveram grandes oscilações de peso ao longo da vida ou que têm dieta rica em gorduras, frituras e carboidratos, por exemplo.
No caso das mulheres, segundo o gastroenterologista Marcos Belotto, do hospital Sírio-Libanês, a explicação está no fato de elas terem alterações hormonais que podem comprometer o funcionamento da vesícula, favorecendo a formação dos cálculos biliares. Já a obesidade, ou as oscilações de peso, também comprometem o equilíbrio das substâncias que compõem a bílis, deixando o líquido mais espesso e favorecendo a formação das pedras.
"Em uma comparação simples, é como colocar mais farinha quando se faz uma polenta. Com pouca água, a farinha vai empelotar. No caso das pedras é a mesma coisa", afirma o especialista.
Segundo o gastroenterologista Danilo Castellani, do Hospital São Camilo, o tratamento para pedras na vesícula é a cirurgia, mesmo que o paciente não sinta dores ou tenha mal estar após as refeições. "Apesar de não haver um consenso, eu recomendo a cirurgia para que o paciente não corra o risco de ter uma crise ou uma complicação quando estiver viajando, por exemplo. Além disso, a cirurgia é simples e em até duas semanas o paciente volta à rotina", disse.
Segundo Castellani, as consequências das pedras na vesícula podem ser a colecistite aguda, quando inflama a vesícula, ou a pancreatite, a inflamação do pâncreas, considerada mais rara, porém mais grave.
Cirurgia para retirada do órgão está mais simples
A cirurgia para retirada da vesícula com pedras avançou nos últimos 30 anos.
No passado, o procedimento era mais invasivo e era necessário abrir todo o abdome, em um corte vertical. Esse tipo de operação demandava mais tempo de internação, de dois a três dias, além de uma recuperação mais demorada devido ao tamanho do corte.
A partir de 1989, começaram a ser feitas as cirurgias por videolaparoscopia, menos invasiva e com recuperação mais rápida. O procedimento consiste em pequenos cortes no abdome para introduzir pinças usadas para extrair a vesícula. Em um outro corte é introduzida uma câmera para acompanhar toda a intervenção.
A técnica mais recente para a retirada da vesícula é a cirurgia robótica. Nesse procedimento, é feito apenas um corte no umbigo do paciente, por onde são introduzidas as pinças e as câmeras, que são controlados pelo médico por meio de um robô que fica na mesma sala. A vantagem é que o paciente é liberado após 12 horas de realizar o procedimento.