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Não tem cura

África elimina pólio após décadas de campanhas vacinais

Guilherme Botacini - Folhapress
26 ago 2020 às 09:20
- Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O continente africano eliminou a poliomielite, segundo anunciou nesta terça (25) a comissão independente designada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) responsável pela certificação.


A Comissão de Certificação Regional da África (ARCC, em inglês) é composta por cientistas que avaliam os dados do continente relacionados à doença.

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Em 1996, os chefes de Estado dos países africanos se comprometeram a eliminar a doença do continente. A OMS estima que, à época, a doença era responsável pela paralisia (sintoma de casos graves da doença) de 75 mil crianças anualmente no continente.

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Desde então, campanhas de vacinação e vigilância sanitária nos 47 países contribuíram para que o último caso do vírus fosse registrado na Nigéria, em 2016, segundo a OMS.

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No mundo, apenas Afeganistão e Paquistão ainda registram novos casos.


O poliovírus selvagem é o vírus transmitido entre pessoas, principalmente pela ingestão de alimentos ou água contaminada pelas fezes de alguém que o expeliu.

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Há um outro tipo do vírus, mais raro, que pode acometer populações de regiões com baixa cobertura vacinal, chamado poliovírus derivado da vacina (VDPV). Esse tipo é derivado de mutações que podem ocorrer ao longo do tempo nos vírus que continuam circulando, e que, então, apresentam novo comportamento virulento diante da insuficiência da cobertura vacinal.


A poliomielite acomete principalmente crianças de até cinco anos e não tem cura.

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Segundo o virologista Edson Elias da Silva, chefe do Laboratório de Enterovírus do IOC (Instituto Oswaldo Cruz), os sintomas da pólio são semelhantes aos de um resfriado na maioria dos casos, como febre e quadro respiratório leve. Em menos de 1% dos casos a doença resulta em paralisia, mas é por essa consequência que ela ficou conhecida.


No Brasil, o último caso da doença decorrente do poliovírus selvagem foi registrado em março de 1989, na Paraíba, segundo Elias.

O Ministério da Saúde registrou recentemente que a cobertura vacinal contra a pólio estava abaixo do ponto ótimo para impedir a volta da doença, e, por isso, faz campanhas periódicas de vacinação.


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