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Pseudoalimentos: 'Se você não sabe dizer o nome do ingrediente, provavelmente não é bom'

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
23 ago 2022 às 14:00

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- Divulgação
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De acordo com dados de 2022 da Federação Mundial de Obesidade, o crescente consumo de ultraprocessados está relacionado com o aumento de peso da população mundial. Até 2030, 30% dos adultos e 3,8% das crianças devem estar obesas


“Descasque mais e desembale com inteligência e cautela”. A prática é difundida por nutricionistas, e fica mais evidente especialmente depois da divulgação da PNS 2019 (Pesquisa Nacional de Saúde), do Ministério da Saúde, que constatou aumento de 14,3% no consumo de alimentos ultraprocessados. 

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E um estudo do Datafolha, encomendado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) em 2020, revela que o consumo desse tipo de alimentos foi de 9% para 16% em adultos acima dos 45 anos. Entre os mais jovens, subiu de 30% para 35%. Os preferidos citados são: salgadinhos, biscoitos recheados e bebidas açucaradas, como lácteas e achocolatados. 

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Os ultraprocessados geralmente são palatáveis e têm preços mais competitivos. “Os alimentos ultraprocessados são aqueles produtos com adição de aditivos, ou seja, substâncias utilizadas com o objetivo de modificar características físicas, químicas, biológicas e/ou sensoriais durante fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte e/ou manipulação. Esses adicionais podem ser obtidos de fontes naturais ou sintetizados em laboratórios”, comenta a nutricionista e consultora da Jasmine Alimentos, Adriana Zanardo. 

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Além de prontos para o consumo imediato, os ultraprocessados frequentemente têm relevantes quantidades de farináceos, açúcares refinados, gordura vegetal hidrogenada, sódio, corantes, aromatizantes e emulsificantes artificiais. Tais aditivos são usados para aumentar a palatabilidade (sabor, textura, cheiro), estimular o consumo e prolongar o tempo de validade (conhecido como shelf life, ou tempo de prateleira do produto). 


Os aditivos que compõem o ultraprocessado estão diretamente relacionados ao aumento do peso corporal, maior propensão e/ou agravamento de câncer, disfunções em glicemia, insulina e pressão. O que se deve ao fato da maioria deles (farináceos, açúcares refinados e gordura vegetal hidrogenada) apresentarem as chamadas “calorias vazias”, que não agregam nutrientes e ainda incorrem em alterações metabólicas de carboidratos e gorduras. O consumo frequente desses alimentos também tem a capacidade de alterar a microbiota intestinal e aumentar o risco de disbiose (desequilíbrio de bactérias) e todas as condições clínicas e/ou doenças ligadas ao intestino. 

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Outro estudo recente conduzido pela USP (Universidade de São Paulo) revelou que pessoas que consumiram mais de 20% das calorias diárias em ultraprocessados tiveram um impacto negativo de cerca de 30% em sua cognição, ou seja, no que se refere ao conhecimento (pensamento, memória, percepção, linguagem e atenção). 


Há quantidades seguras para os salgadinhos, docinhos e refris?

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Conforme as recomendações do Ministério da Saúde, a quantidade máxima de açúcares simples não pode passar 10% das calorias sugeridas para ingestão diária. A gordura saturada, ou seja, a encontrada principalmente em alimentos de origem animal, não deve corresponder a mais do que 10% da quantidade de gorduras totais consumidas. Quanto ao sódio, orienta-se o consumo de até 2g/dia. “Cabe destacar que a quantidade de sódio indicada diz respeito tanto ao sal de adição como de produtos industrializados”, diz a especialista. 


Em relação às demais substâncias, não há doses seguras regulamentadas específicas. Assim, recomenda-se que a maior parte da dieta seja composta por alimentos in natura e/ou minimamente processados. “A redução do consumo de ultraprocessados deve respeitar a premissa do “descasque mais e desembale com consciência”. Além disso, é preciso buscar informação de fontes confiáveis para que nós, consumidores, estejamos munidos de conhecimento para fazer boas escolhas frente à crescente propagação dos ultraprocessados”, explica. 

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Entenda: processamento não é necessariamente negativo


Se considerar a sociedade moderna, o avanço da tecnologia e o controle de patologias relacionadas à contaminação, o processamento é um aliado ao estilo de vida saudável devido à segurança alimentar e à rotina atribulada das pessoas. Devido à praticidade e variabilidade do consumo, os alimentos processados cuidadosamente são muito bem-vindos. 

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“A primeira dica é: leia o rótulo! Gosto de fazer a analogia de que, se você não consegue falar o nome da substância, ela provavelmente não é boa. Você sabia que o corante natural de urucum e o amarelo tartrazina têm a mesma finalidade, mas o primeiro é natural, ao passo que o segundo é artificial?”, comenta. 


Há produtos embalados sem adição de quaisquer substâncias artificiais. “Os alimentos processados são aqueles que foram submetidos a processos físicos como assamento, resfriamento e foram fabricados em equipamentos industriais específicos. A inclusão de ingredientes ou aditivos naturais, a fim de preservar e dar mais cor e sabor aos alimentos, é segura”, defende a gerente de P&D da Jasmine Alimentos, Melissa Carpi. 


A nutricionista destaca, no entanto, que “nenhum alimento e/ou produto tem indicação de consumo livre, pois cada consumidor possui necessidades, condições clínicas, histórico pessoal e familiar específicos”, finaliza. 

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