O Brasil possui uma longa história com a produção de café, com as primeiras mudas plantadas em 1727 e se tornando o principal produtor em 1880, sustentando o título até os dias de hoje. Não só país faz sucesso com suas safras no exterior, mas também tem sua considerável popularidade em território nacional. Uma pesquisa encomendada pela Jacobs Douwe Egberts (JDE), empresa possuidora de marcar como Pilão e L’or, apontou que o café é a bebida mais consumida pelos brasileiros - 3 a 4 xícaras por dia -, perdendo apenas para água.
Devido a pandemia do novo coronavírus e o isolamento social, as pessoas migraram seu consumo das cafeterias para suas casas e, com isso, o consumo de café sofreu um aumento. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o consumo de café teve um aumento de 35% nas casas brasileiras só no mês de março, seguida de aumento de 20% no mês de abril, de acordo com dados do Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé). Em paralelo, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgou exportação recorde no mês julho, com a embarcação de 3 milhões de sacas de café, somando um montante de cerca de R$1,9 bilhão.
O CEO da TransRuyz Transportes, Antonio Ruyz, repercute o motivo desse aumento e os efeitos para o mercado. "Estamos em uma situação de pandemia em que as pessoas passaram a ter restrições de circulação, com limitações em supermercados e outros estabelecimentos. Com todo esse cenário, as pessoas que iam uma vez por semana comprar café, passou a estocar o produto. Há um aumento no consumo de bens essenciais em geral e o café é um deles. Sem contar o crescimento no volume de cestas básicas nesse momento, que também influenciou nesse aquecimento na movimentação de café no mercado.”
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Por outro lado, com o fechamento e retomada lenta de estabelecimentos como restaurantes, cafeterias e hotéis, a indústria cafeeira vem se mostrando receosa diante de uma possível de crise do setor. Além disso, há o fator da renda dos brasileiros em meio a pandemia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre o meses de maio e julho, houve um aumento de 20,9% no desemprego do país, dado o qual influi no mercado consumidor interno.
O executivo aponta esse como um comportamento regular da indústria e conjuntura o futuro do mercado cafeeiro. "Como toda safra, o café o cíclico. Tem de 3 a 4 meses de grande volume e depois acaba diminuindo as demandas, uma vez que os mercados já estão abastecidos e as indústrias, com seus produtos estocados. Com a abertura do comércio e a flexibilização da quarentena que vem ocorrendo, a tendência é a volta ao normal do mercado cafeeiro, tirando o necessidade da população de estocar os produtos.”, finaliza Ruyz.