Quando acaba a luz uma das primeiras coisas que nos preocupamos é com os alimentos. E agora? Será que vai estragar? Será que a luz demora a voltar? O primeiro passo para minimizar os prejuízos é evitar abrir o refrigerador para que ele consiga conservar a baixa temperatura por mais tempo.
Segundo a Whirpool, fabricante das marcas Brastemp e Consul, o tempo que a geladeira consegue conservar um alimento resfriado em seu interior varia, neste caso, de acordo com a quantidade de vezes em que a porta é aberta, já que esse processo permite a entrada de ar quente no produto. Se mantido fechado, o equipamento pode garantir a conservação dos alimentos de 10 a 20 horas, dependendo do modelo. Por isso, nada de abrir a porta da geladeira só para pensar!
Capacidade das geladeiras para manter o congelamento
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Em relação à capacidade de congelamento, os refrigeradores brasileiros estão classificados em uma estrela, quando o congelar atinge no máximo -6°, duas estrelas, no máximo -12°, e três estrelas, quando a temperatura chega a -18°.
Kelly Costa, gerente de refrigeração do Grupo Mabe, responsável pelas marcas GE e Continental, explica que geladeiras classificadas como três estrelas trazem no selo de consumo de energia, etiqueta Procel, a informação sobre quanto tempo elas conseguem manter os alimentos congelados em casos de quedas de energia. "Os refrigeradores que não são três estrelas não têm esta informação, mas não quer dizer que os alimentos se estragam quando falta energia elétrica, somente que não há norma para esta temperatura", explica Kelly Costa.
Não abrir a geladeira é fácil se a falta de energia ocorre durante a madrugada, por exemplo, mas nem sempre é possível seguir essa recomendação quando a luz acaba durante o dia. O Ministério da Saúde elaborou uma cartilha para ajudar as pessoas que sofrem com a interrupção do fornecimento de energia elétrica. Uma das dicas do órgão para driblar a situação é comprar blocos de gelo e colocá-los na geladeira, principalmente quando a falta de energia durar por um longo tempo.
No geral, a temperatura dentro do refrigerador ligado fica entre zero e sete graus na parte de baixo e dezoito graus negativos no congelador. José Francisco Lopes Filho, professor de Engenharia de Alimentos da Unesp de São Rio José do Rio Preto (SP), explica que os alimentos refrigerados, aqueles que ficam na parte de baixo da geladeira e não no congelador, conseguem resistir a quedas de energia de até cinco horas sem sofrer grandes modificações. Para o Ministério da Saúde, esse período é de quatro horas. "Algumas modificações vão ocorrer, mas não vão chegar a causar deterioração", afirma o professor.
Legumes, verduras e ovos
José Francisco comenta que as verduras de folhas podem sofrer com a falta de refrigeração, principalmente se não for possível manter a geladeira fechada. Para proteger esse tipo de alimento, a dica do professor é retirar as verduras da geladeira e deixá-las imersas em uma solução de água e vinagre ou água sanitária até que sejam usadas ou que possam retornar para a geladeira.
Cada alimento precisa de cuidados especiais de conservação, mas o professor diz que, no geral, legumes e tubérculos não precisam ser guardados na geladeira, por isso não correm riscos quando a geladeira para de funcionar. Situação contrária é a dos ovos. A orientação do Ministério da Saúde é descartá-los caso tenham ficado mais de duas horas sem refrigeração.
O professor da Unesp esclarece que a proliferação do micro-organismo conhecido como Salmonella é a preocupação neste caso. A Salmonella é destruída quando exposta a 65 graus durante 10 minutos e desenvolve-se bem em temperaturas entre os 5 e 47 graus. "Se os ovos estiverem contaminados, assim que forem retirados da geladeira as bactérias passarão a se multiplicar rapidamente, por isso deve se evitar que eles permaneçam por tempo prolongado em ambiente com temperaturas maiores", orienta o professor.
As sobras de refeições armazenadas em potes na geladeira e que serão aquecidas antes de serem consumidas não precisam ser descartadas quando falta luz. No entanto, na hora de comer, é ideal ferver esses alimentos ou aquecê-los no fogão convencional, e não no micro-ondas.
Segundo o professor José Francisco, essa medida é necessária para garantir que todas as partes da comida serão aquecidas de maneira uniforme, o que pode não ocorrer no micro-ondas. A cartilha do Ministério da Saúde destaca que é preciso manter o aquecimento ou fervura por mais de um minuto para garantir a qualidade do alimento.
Carnes congeladas
O principal cuidado com as carnes congeladas é verificar se elas começaram a descongelar ou não. José Francisco afirma que quando as bordas das carnes já apresentam sinais de descongelamento, o alimento não deve ser mantido no congelador quando a energia voltar. Ele explica que a maneira correta de proceder é retirar a carne do congelador ou freezer e deixá-la no refrigerador até que o descongelamento esteja completo. Em seguida ela deve ser preparada.
Os produtos industrializados congelados também não devem ser congelados novamente caso tenham perdido o congelamento por causa da falta de energia. A solução também seria consumir ou descartar os produtos. (Fonte: BBel estilo de vida)