A Torcida Falange Azul (TFA), principal organizada do Londrina Esporte Clube, está proibida de levar instrumentos musicais, faixas e bandeiras ao jogo deste sábado (20), contra o Caxias, às 19h30, no estádio Vitorino Gonçalves Dias (VGD). Até mesmo a tradicional entrada com fumaça azul e branca está vetada.
A determinação inclui ainda o fechamento da sede da TFA, que fica na avenida Jorge Casoni, ao lado do portão de entrada dos jogadores no estádio, em dias de jogos, podendo reabrir apenas no dia seguinte.
A recomendação partiu da Polícia Militar após as agressões de integrantes da organizada contra jogadores e membros da comissão técnica, no último domingo (14), depois do empate sem gols com o Floresta. Havia ainda uma solicitação da PM para que fossem proibidos também os uniformes da TFA, mas o próprio Londrina foi contrário a esse pedido em questão.
O volante Alison foi o principal alvo, sendo agredido por membros da organizada, mas outros jogadores e funcionários do clube também se feriram na confusão. Na tentativa de conter o tumulto, a PM disparou balas de borracha, atingindo ainda torcedores comuns. A ação policial foi criticada pelo próprio Londrina em nota oficial divulgada no início da semana.
Reação imediata
A notificação à torcida foi entregue na quarta-feira (17) e gerou reação imediata. Em nota, a Falange Azul repudiou a decisão. “Em um momento em que o time mais precisa da nossa voz e do nosso apoio incondicional, a torcida, o elo mais fraco da corrente, é quem paga o preço. Nós repudiamos os atos ocorridos, agimos para punir os envolvidos conforme nosso estatuto e em acordo com o Londrina e com a PM em casos como esse. Mesmo assim, fomos punidos”, escreveu a organizada, que afirma ter suspendido dois integrantes envolvidos na confusão.
No comunicado, a TFA classificou a punição como injusta: “Mais uma vez o CNPJ pagando o preço, em vez de apenas os responsáveis. Essa não é a forma de resolver problema algum. A parte que faz a festa na arquibancada, a parte que empurra o time até o último segundo, está sendo penalizada por atos isolados”.
O Londrina, oficialmente, não se manifestou. Mas, em contato com a FOLHA, uma fonte ligada ao clube ressaltou que a decisão foi acatar a recomendação das autoridades policiais. “Não é hora de comprar brigas”, disse. Nos bastidores, houve preocupação real em perder o VGD para a reta final da Série C, ainda mais que o estádio do Café segue sem condições de receber jogos.
Representação criminal
Paralelamente, o Londrina protocolou no Ministério Público do Paraná uma representação criminal para apurar os episódios de violência. O documento destaca dois homens já identificados como responsáveis pela confusão na Jorge Casoni, mas não cita a Falange Azul.
O clube pede a abertura de inquérito, a oitiva de testemunhas e vítimas, a responsabilização dos agressores e medidas protetivas em favor de jogadores, comissão técnica e familiares. Também solicita a proibição de entrada nos estádios para os envolvidos já reconhecidos e para aqueles que venham a ser identificados no decorrer da investigação.
Na representação, assinada por dirigentes da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) e do clube associativo, o Londrina relata que atletas, funcionários e familiares foram alvo de ameaças de morte, além das agressões físicas.
O documento descreve que os agressores se concentraram na entrada do vestiário, intimidando atletas e comissão técnica. Sem conseguir conter a ação, a segurança privada viu alguns jogadores abrirem a porta do vestiário para retirar familiares em risco, já que os carros dos atletas estavam estacionados no local.
Como provas, o Londrina anexou imagens divulgadas em redes sociais, fotos de carros danificados, registros médicos e fotografias das lesões sofridas por profissionais do clube.
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