A torcida brasileira há algumas partidas canta "o campeão voltou" no ginásio do Maracanãzinho para embalar as vitórias da seleção masculina de vôlei nos Jogos Olímpicos do Rio. Agora só falta uma vitória para o resultado corresponder à música. A missão restante é encarar a Itália na decisão deste domingo pelo ouro, pois pelo menos até a semifinal, vencida nesta sexta-feira sobre a Rússia por 3 sets a 0 (25/21, 25/20 e 25/17), a equipe tem mostrado merecer a canção.
A repetição, quase um mantra, ganhou força pela caminhada difícil nos Jogos do Rio-2016. O Brasil perdeu dois jogos na primeira fase, esteve perto de ser eliminado e só passou às quartas de final em uma complicada vitória sobre a França. Foi nesta noite que a torcida comemorou o resultado com a repetição de "o campeão voltou" para demarcar o poderio de uma nação que pela quarta vez seguida vai disputar o ouro olímpico.
Nenhuma outra seleção mantém regularidade tão impressionante. A tradição de medalhas iniciada quando o técnico Bernardinho era jogador, em 1984, teve como auge o ouro em 1992 e também em 2004. Curiosamente, o adversário nesta decisão mais recente foi a mesma Itália, contra quem o Brasil vai tentar recuperar o posto de campeão, após dois vices para Estados Unidos e Rússia.
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A chance de enfrentar a Itália, para quem perdeu na primeira fase, é oportunidade semelhante à desta sexta-feira. A semifinal foi o reencontro dos dois finalistas dos Jogos de Londres, em 2012, mas não foi tão disputado como se pensava. Mesmo com quatro remanescentes para cada lado, o clima de revanche não foi dos maiores. O público no Maracanãzinho tratou a semifinal olímpica de maneira bem menos efusiva do que as quartas de final contra a Argentina. Os russos levaram poucas vaias.
Traumatizado pela virada há quatro anos, quando abriu 2 a 0 e viu o título escapar, o Brasil tentou conduzir o jogo sem dar brechas para o adversário. A equipe teve qualidade para forçar o saque com Lipe e rapidez nas bolas de meio da quadra para surpreender a defesa russa no primeiro set. O empate em pontos seguiu até 14 a 14, quando a equipe da casa conseguiu se desgarrar para fechar em 25 a 21.
A vantagem era brasileira, embora persistisse a dificuldade em como parar o ataque russo. Sete dos 12 jogadores adversários tinham mais de 2 metros de altura. Não à toa fizeram mais pontos de bloqueio e dificilmente eram parados neste fundamento.
Era preciso superar no talento e na boa fase do maior pontuador do torneio olímpico. O oposto Wallace passou a receber mais o jogo e a encontrar as frestas para levar a bola ao chão. A Rússia começou a sentir a vaga na final escapar já perto de perder o segundo set, por 25 a 20. A equipe reclamou tanto da arbitragem que em certo momento um jogador levou cartão amarelo.
O capítulo final da revanche cativou a torcida pela ótima atuação. O Brasil se mostrou muito superior, venceu os rallys mais disputados e mostrou confiança para até mesmo pontuar no bloqueio, fundamento então dominado pelo adversário, que errou muito na partida - deu nada menos que 25 pontos (um set inteiro) ao time brasileiro. A equipe fechou com tranquilidade em 25 a 17 para fechar a vitória.
Agora resta pela frente a Itália, que na outra semifinal eliminou os Estados Unidos no tie-break, por 3 sets a 2. Mesmo com a ótima atuação brasileira, só ao fim de nova vitória neste domingo o grito da torcida será plenamente adequado.