Beatriz Ferreira, do boxe olímpico, que é medalhista de Olimpíadas, venceu Angie Valdes, prodígio do boxe colombiano e vice-campeã mundial em 2023, na decisão da categoria até 60kg em Santiago 2023 e conquistou nesta sexta-feira (27) o segundo ouro dela em Jogos Pan-americanos. Além de Ferreira, Tatiana Chagas (54kg) e Keno Machado (92kg) garantiram pratas.
A baiana está fazendo o que promete ser o último ciclo olímpico, já com vaga garantida em Paris 2024. "Missão dada é missão cumprida. Classifiquei e, de brinde, peguei o ouro. Estou muito feliz. Jogos Olímpicos já estão aí e eu quero pegar a mãe de todas, a dourada. Meu último ciclo, era para ser em Tóquio, mas fui desafiada, um ciclo menor (três anos até Paris 2024). Quis repetir as competições, trazendo ouro novamente, e está dando tudo certo. Acredito que lá em Paris vou estar no pódio e brigando pelo ouro”, conta.
O Brasil ainda disputa mais três finais no período da tarde. Caroline Almeida (50kg) e Jennifer Lozano (Estados Unidos), Jucielen Romeu (57kg) e Valeria Mendoza (Colômbia), Barbara Santos (66kg) e Morelle Maccane (Estados Unidos) e Wanderley Pereira (80kg) disputa o ouro com Arlen Lopez Cardona (Cuba).
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Michael Douglas Trindade (51kg), com uma lesão no cotovelo, e Abner Teixeira (+92kg), com uma no joelho, foram poupados das respectivas finais por decisão da equipe médica e comissão técnica, pois conquistaram o objetivo maior dos atletas na competição que era a classificação para os próximos Jogos Olímpicos. Os atletas serão reavaliados na volta ao Brasil para a decisão do melhor tratamento a ser seguido.
As lutas
Tatiana Chagas (54kg) foi a primeira brasileira do programa de finais do boxe em Santiago 2023 e enfrentou Yeni Castañeda (Colômbia), vice-campeã mundial do ano. Em uma luta muito equilibrada, dois juízes deram vitória para brasileira nos dois primeiros rounds e dois o empate. No terceiro, a colombiana tentou reagir e acabou conseguindo acertar mais golpes na brasileira, conquistando o ouro. Em seu primeiro Jogos Pan-americanos, Tati comemorou chegar à final e a chance de disputar os Jogos Olímpicos.
“No terceiro round, eu perdi pro cansaço, dessa vez ela estava mais preparada. Não levei o ouro para casa, mas ainda não acabou. Só me deu mais vontade de treinar e me dedicar para nosso próximo Pan, nos Jogos Olímpicos, só levar o ouro pra casa. Vou sair daqui e abraçar todo mundo. Vi cada um dos meus companheiros gritando. Boxe é isso, hoje foi o dia dela, amanhã pode ser o meu”, disse.
A segunda decisão do dia colocou, mais uma vez, Brasil e Colômbia frente a frente, Beatriz Ferreira (60kg) contra Angie Valdes, vice-campeã mundial. O primeiro round foi equilibrado, mas no segundo, a brasileira conseguiu conectar os melhores golpes na adversária. O juiz chegou a abrir contagem para o nocaute técnico, mas parou no 8 de 10. No terceiro, mais um grande desempenho na medalhista olímpica do Brasil e o segundo ouro pan-americano.
Por fim, Keno Machado (92kg) enfrentou a lenda do boxe cubano Julio César La Cruz (Cuba), bicampeão olímpico, tetracampeão mundial e dono de, agora, quatro medalhas de ouro em Jogos Pan-americanos. No primeiro round, uma luta muito estudada, com vitória do experiente cubano de 34 anos. No segundo, Keno foi mais contundente e recebeu a vitória por 4 juízes, deixando a luta empatada. No terceiro, o brasileiro de 23 anos não conseguiu seu melhor jogo e La Cruz acabou levando a melhor.
"Vim com o objetivo de ser ouro aqui em Santiago. Em 2019, no meu primeiro Pan, também enfrentei ele na final. Infelizmente, não deu ouro por alguns detalhes, mas agora estou com a vaga olímpica, vou seguir treinando para melhorar esses erros que eu cometi para que em Paris seja diferente”, analisou ele, que foi prata nos últimos Jogos Pan-americanos.
“Fico feliz de ter tido essa final, todos conhecem a história dela e puderam ver a intensidade que foi a luta. Tivemos decisões divididas nos dois primeiros rounds. Isso mostra que estou no caminho certo, que o trabalho está sendo bem feito e que a era Keno Marley está apenas começando”, completou.