O clima em Avellaneda, na Grande Buenos, na Argentina, era de tristeza e até indignação na delegação do São Paulo após a derrota para o River Plate (ARG) por 2 a 1 nesta quarta-feira (30), e a consequente queda na fase de grupos da Copa Libertadores.
Tais sentimentos eram fáceis de se explicar, afinal o clube não era eliminado nesta etapa da competição desde 1987 -no ano passado a desclassificação foi na pré-Libertadores. Ainda assim, segundo apurou a reportagem, o técnico Fernando Diniz permanece neste momento no cargo.
Alguns outros elementos ajudam a contextualizar melhor tais sensações entre os tricolores. O São Paulo acredita que a derrota para o Binacional (PER), logo na primeira rodada do torneio, foi fundamental para a queda. Na sequência, o time peruano perdeu todos os jogos que disputou com LDU (EQU) e River Plate.
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Ainda em relação ao revés contra os peruanos, os tricolores também lamentam o fato de serem os únicos a terem jogado em Juliaca, que fica a 3.825 metros acima do nível do mar. Os outros duelos dos peruanos em casa, que aconteceram depois da pausa por causa da pandemia do novo coronavírus, foram em Lima.
Mais um ponto que poderia ter prejudicado o São Paulo é o fato de não ter contado com o apoio da torcida para enfrentar o River Plate. Por causa da pandemia, as partidas são com os portões fechados. No entanto, mesmo antes da pandemia, os argentinos já teriam de atuar em casa sem público por causa de uma punição.
De qualquer maneira, os integrantes do departamento de futebol reconhecem que os resultados foram abaixo do esperado e não servem de desculpa para a eliminação. Porém, o técnico Fernando Diniz continua com o respaldo dos dirigentes. O trabalho do treinador é avaliado de maneira positiva -ele é o único que permaneceu mais de um ano no cargo na gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
Como a eleição presidencial será realizada em dezembro, é possível também que o clube tricolor evite mudanças muito drásticas no seu comando nos próximos meses. Diniz tem contrato com o time regulado pela CLT e sem prazo de validade.
Após a partida contra o River, o São Paulo até tentou colocar o executivo de futebol, Raí, para falar sobre a situação do time e de Diniz. No entanto, a Conmebol vetou a coletiva por entender que apenas o treinador e um jogador deveriam falar. A situação também gerou um mal-estar e indignação entre os integrantes da delegação brasileira.