Depois de duas derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro (para Figueirense e Atlético-PR) e protestos de um grupo de torcedores no CT do Parque Ecológico, o Corinthians entra em campo pressionado nesta quarta-feira. Diante do Atlético-MG, a partir das 22 horas, no Itaquerão, abre a disputa das quartas de final da Copa do Brasil - o jogo de volta será no dia 15 de outubro, no Mineirão.
Nesta terça-feira, cerca de 30 torcedores ligados à organizada Camisa 12 protestaram na porta do CT do Parque Ecológico. A segurança foi reforçada com policiais militares e, ao contrário da manifestação da semana passada, os torcedores não conseguiram entrar no estacionamento destinado à imprensa. Com faixas, bandeiras e gritos de guerra, eles ameaçaram os jogadores. Uma das faixas, pendurada na entrada, dizia: "Ou joga por amor ou joga por terror". Também foram entoados gritos como "Se o Corinthians não ganhar, o pau vai quebrar" e "Não é mole não, ganhar a Copa do Brasil é obrigação".
Integrantes da Camisa 12 já haviam participado da invasão ao CT do clube em janeiro. E no clássico com o São Paulo, no último dia 21, entraram em confronto com sócios da Pavilhão 9, outra organizada do Corinthians. Por causa da briga, o clube pode perder até 20 mandos de campo - o julgamento no STJD está marcado para acontecer na sexta-feira.
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Para Mano Menezes, manifestações como a desta terça-feira não ajudam a melhorar o rendimento da equipe. "O ambiente está bom e os jogadores, confiantes. Qualquer coisa fora disso faz parte do futebol. A gente vê e ouve, mas não deixar influenciar", disse o técnico.
Mano reconhece que a equipe não vive um bom momento, mas, para o treinador, o torcida deveria apoiar os jogadores, e não criticá-los. "Respeito o protesto. Não acho absurdo o torcedor vir aqui no CT. Ele acha que as coisas não estão bem e, por isso, protesta. Mas quando um grupo não está tão bem, ele precisa de apoio", disse.
O treinador citou o exemplo do Internacional, vice-líder do Campeonato Brasileiro, para dizer que protesto não contribui para o desempenho da equipe. Após duas derrotas seguidas (para Figueirense e Vitória), o time gaúcho foi alvo de protestos da torcida e agora está invicto há cinco rodadas (quatro vitórias e um empate). "Tivemos uma queda, assim como tiveram Internacional e Fluminense. Isso que estamos passando agora, o Inter também passou e deu a resposta em campo não porque teve protesto, mas, sim, porque trabalhou", afirmou.
O comandante corintiano não quis revelar a escalação, mas deve fazer apenas uma mudança em relação ao time que perdeu para o Atlético-PR, domingo, na Arena da Baixada. O volante Ralf, que cumpriu suspensão, volta no lugar de Bruno Henrique. Há ainda a possibilidade do meia Jadson entrar no lugar de Petros. Uma coisa é certa: Mano promete uma equipe bastante ofensiva. "Vamos procurar se arriscar mais. Temos de assumir essa responsabilidade para buscar a vitória", justificou.
Enquanto o Corinthians vive um momento ruim, o Atlético-MG está embalado. Já são quatro vitórias seguidas no Brasileirão, incluindo uma sobre o líder e rival Cruzeiro. Assim, entrou no G4, aumentando a confiança para o duelo que fará agora nas quartas de final da Copa do Brasil.
A novidade do técnico Levir Culpi para o jogo desta quarta-feira no Itaquerão é o retorno do meia argentino Dátolo, recuperado de uma lesão no pé direito. Assim, ele deve formar a linha de frente do Atlético-MG com Guilherme, Carlos e Diego Tardelli.