Teatro

Rock pretinho básico

18 dez 2002 às 10:59

Com toda certeza um dos maiores méritos para o rock de Curitiba no último ano foi o projeto "Segunda Que Eu Gosto", em que a banda Black Maria se apresenta todas as segundas-feiras no palco do Era Só O Que Faltava com uma banda convidada, normalmente também de Curitiba. Desta vez, no dia 16 de dezembro, o convidado vêm de fora e só por ser filho de quem é, já lhe garante notoriedade. Trata-se de Beto Lee (para quem nasceu ontem, a gente avisa que ele é filho do casal roqueiro Rita Lee e Roberto de Carvalho), que está divulgando seu primeiro CD, "Todo Mundo é Igual", lançado pela Abril Music neste ano. Além de Lee e da Black Maria, a noite conta com um set acústico com o músicos Ivo Rodrigues, vocalista do Blindagem, o dinossauro do rock curitibano.

Beto Lee se dedica ao ofício de guitarrista desde a idade de 12 anos. É um colecionador e apreciador do som da geração 50/60/70 e apesar de gostar de algumas tendências que rolaram nos 80/90 graças a Deus ele passa batido pelos modismos dessa época. Os cobradores de plantão tentam colocar no rapaz a pecha de "príncipe do rock brasileiro" dado que é filho de quem é, ao que Beto debocha e se declara apenas "a ovelha branca Dolly da família Lee/Carvalho"


Beto tem paixão pelo rock puro e sem gelo, ou como ele mesmo define "o rock pretinho básico". Isso se nota nas preferências técnicas do músico. Se tiver que jogar um efeito na guitarra, usa um tradicional Echoplex, Phaser, ou um pedal Big Muff. E quanto aos amplificadores, os que entram no jogo são valvulados Marshalls e Fenders de trinta anos atrás em vez de apetrechos modernos.


Quando ainda estava na escola montou a banda Larika com mais outros três colegas e partiu para peregrinações em bares e festas tocando composições próprias e um repertório com covers de Stones, Kiss, Hendrix, Zeppelin, Erasmo, Raul Seixas, Tutti Frutti e outros heróis. A Larika durou cinco anos, cansados de ouvir recusas de produtores que na época lhes cobravam a presença de uma bunda feminina, um lance sertanejo, uma levada pagodeira, os rapazes deram por encerrada a temporada da banda. Pensando bem, melhor não vender a alma ao diabo em troca de um sucesso fácil e passageiro.


Beto passou a participar como guitarrista nos shows dos pais a partir da turnê Zorra (95) e em seguida no Santa Rita de Sampa (97). No Acústico MTV de Rita Lee (98) ele apresentou sua composição "O Gosto do Azedo" com um arranjo do maestro Rogério Duprat (o mesmo que trabalhou com os Mutantes, Chico Buarque e os tropicalistas). Participou das gravações do CD 3001 (2000) onde em parceria com sua mãe compôs "Rebeldades", a música mais pauleira do disco. Também em parceria com la mamma Beto compôs "Vira-lata de Raça" gravada por Ney Matogrosso.


Tocou cítara elétrica na gravação da música "Desconforto" de Zélia Duncan. Convidado pelo produtor e amigo Apollo 9 participou da música "Pelo Engarrafamento" de Otto. Como guitarrista deu canja nos shows de Milton Nascimento, Gilberto Gil, Jota Quest, Wilson Sideral, Liminha & Convidados, Velhas Virgens e outros roqueiros e não roqueiros. No momento Beto acaba de montar sua banda e lança seu primeiro CD "Todo Mundo é igual" pela Abril Music e já esta caindo na estrada divulgando o Disco em shows, radios e programas de TV.


Serviço:
Segunda que eu Gosto com Beto Lee, Black Maria e Ivo Rodrigues

Local: Era Só O Que Faltava
Endereço: Av. República Argentina, 1334 - Vila Izabel
Data: 16 de dezembro, segunda-feira
Horário: 22h30
Ingressos: R$ 15
Telefone: (41) 342-0826


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