No final do ano passado foram nove prêmios no Festival de Brasília. Este ano, mais nove no Festival de Recife. Melhor filme, direção, roteiro, ator, ator coadjuvante, montagem, fotografia... Trata-se do filme "Bicho de Sete Cabeças", que é sucesso de crítica e vem arrebatando platéias de todos os gêneros nas pré-estréias pelo Brasil afora. Nesta quinta-feira, 26, é a vez de Londrina conferir a qualidade do "Bicho de Sete Cabeças" na pré-estréia que acontece às 21h30, no Cine Catuaí 1.
O evento faz parte do projeto Sessão Brasil que, depois de nove edições feitas pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, é realizado agora por patrocínio de empresas londrinenses. Como de praxe, no dia seguinte, 27, acontece às 10h no auditório do CESA, na UEL, o debate entre a comunidade universitária e a diretora, Laís Bodanzky, e elenco do filme.
A história de "Bicho de Sete Cabeças" foi baseada no livro "Canto dos Malditos", relato autobiográfico do curitibano Austregésilo Carrano Bueno. No filme, o protagonista Neto (Rodrigo Santoro), jovem de 17 anos, vive os dilemas de um adolescente e tem uma relação de conflito com seu pai (Othon Bastos). O jovem direciona a sua revolta em pichações feitas em muros e acaba, por influência dos amigos, usando drogas. Quando encontra um cigarro de maconha, o pai interna Neto em um manicômio. No local, o protagonista inicia seu mergulho em um mundo claustrofóbico, de abandono e violência, com direito a sessões de eletrochoque e sedação sem fim.
O filme, sem perder o interesse narrativo, é um manifesto contra a situação manicomial brasileira, ainda presa a uma psiquiatria medieval. A diretora pegou a história real de Carrano, ocorrida nos anos 70, e a transportou para os anos 2000, com um tratamento audiovisual capaz de falar ao espectador de hoje. A obra passou por algumas modificações na tela, como as mudanças de nomes dos personagens, transposição dos fatos para os dias atuais e ambientação em São Paulo no lugar de Curitiba, onde a história do autor se passa.
Além de denunciar as desumanas condições em que se acham milhares de pessoas internadas em hospitais de saúde mental, "Bicho de Sete Cabeças" expõe o conflito de gerações. A intenção da diretora era compor um retrato sobre a falta de compreensão e diálogo em uma família de classe média brasileira, incapaz de lidar com o consumo de drogas de um filho adolescente.
O que tem despertado interesse da crítica é a maneira como tudo é contado; o som e a música construindo o clima angustiante do personagem, em perfeita harmonia com o ousado trabalho de câmera. As seqüências de "Bicho de Sete Cabeças" foram filmadas com a câmera solta para obter efeito naturalista e o caráter de documentário. E a dramaticidade é reforçada pela trilha sonora de André Abujamra, que distorceu a música composta para o filme. Arnaldo Antunes também empresta a voz cantando e lendo poemas baseados na loucura.
Serviço:
Pré estréia de "Bicho de Sete Cabeças"
Dia: 26 de julho
Local: Cine Catuaí 1
Horário: 21h30
Ingressos: A partir de quarta-feira, a Secretaria Municipal de Cultura estará disponibilizando 100 convites à comunidade.
Debate com a diretora do filme Laís Bodanzki
Dia: 27 de julho
Local: no auditório do CESA, na UEL
Horário: 10h
O evento faz parte do projeto Sessão Brasil que, depois de nove edições feitas pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura, é realizado agora por patrocínio de empresas londrinenses. Como de praxe, no dia seguinte, 27, acontece às 10h no auditório do CESA, na UEL, o debate entre a comunidade universitária e a diretora, Laís Bodanzky, e elenco do filme.
A história de "Bicho de Sete Cabeças" foi baseada no livro "Canto dos Malditos", relato autobiográfico do curitibano Austregésilo Carrano Bueno. No filme, o protagonista Neto (Rodrigo Santoro), jovem de 17 anos, vive os dilemas de um adolescente e tem uma relação de conflito com seu pai (Othon Bastos). O jovem direciona a sua revolta em pichações feitas em muros e acaba, por influência dos amigos, usando drogas. Quando encontra um cigarro de maconha, o pai interna Neto em um manicômio. No local, o protagonista inicia seu mergulho em um mundo claustrofóbico, de abandono e violência, com direito a sessões de eletrochoque e sedação sem fim.
O filme, sem perder o interesse narrativo, é um manifesto contra a situação manicomial brasileira, ainda presa a uma psiquiatria medieval. A diretora pegou a história real de Carrano, ocorrida nos anos 70, e a transportou para os anos 2000, com um tratamento audiovisual capaz de falar ao espectador de hoje. A obra passou por algumas modificações na tela, como as mudanças de nomes dos personagens, transposição dos fatos para os dias atuais e ambientação em São Paulo no lugar de Curitiba, onde a história do autor se passa.
Além de denunciar as desumanas condições em que se acham milhares de pessoas internadas em hospitais de saúde mental, "Bicho de Sete Cabeças" expõe o conflito de gerações. A intenção da diretora era compor um retrato sobre a falta de compreensão e diálogo em uma família de classe média brasileira, incapaz de lidar com o consumo de drogas de um filho adolescente.
O que tem despertado interesse da crítica é a maneira como tudo é contado; o som e a música construindo o clima angustiante do personagem, em perfeita harmonia com o ousado trabalho de câmera. As seqüências de "Bicho de Sete Cabeças" foram filmadas com a câmera solta para obter efeito naturalista e o caráter de documentário. E a dramaticidade é reforçada pela trilha sonora de André Abujamra, que distorceu a música composta para o filme. Arnaldo Antunes também empresta a voz cantando e lendo poemas baseados na loucura.
Serviço:
Pré estréia de "Bicho de Sete Cabeças"
Dia: 26 de julho
Local: Cine Catuaí 1
Horário: 21h30
Ingressos: A partir de quarta-feira, a Secretaria Municipal de Cultura estará disponibilizando 100 convites à comunidade.
Debate com a diretora do filme Laís Bodanzki
Dia: 27 de julho
Local: no auditório do CESA, na UEL
Horário: 10h