Reproduzida pelos pintores, biografada por escritores, representada por estrelas de cinema, Cleópatra é um dos grandes mitos da História.
Optando por um olhar inovador e contemporâneo, a autora desse livro publicado pela Editora Contexto, a jornalista Arlete Salvador, capta uma Cleópatra sedutora e fascinante, mas também culta e inteligente, uma mulher do nosso tempo no Egito de 20 séculos atrás.
Hoje, ela seria uma referência de sucesso, talvez uma presidenta da república ou de uma corporação, desbravadora e revolucionária, mesmo fora do seu tempo.
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É essa mulher que Arlete nos mostra, uma rainha extremamente hábil na política. Distante da imagem de simples objeto sexual, que certos filmes e livros tentaram passar, Cleópatra era estrategista e uma líder respeitável, em um período fundamental para a consolidação do poder de Roma. Ela possuía uma cultura invejável: grande negociante, estrategista militar, falava pelo menos oito línguas e era versada em filosofia, alquimia e matemática.
Ao optar por um olhar desmistificador, a autora nos apresenta um livro fascinante. Ao se decidir por uma narrativa leve, sem erudição desnecessária, nos revela uma rainha mais próxima do leitor, com dúvidas e inquietações que poderiam ser de qualquer um(a) de nós. Daí que o livro, escrito com surpreendente bom humor, é daqueles que se deixa ler com grande prazer.
Cleópatra teria mesmo se deixando picar por uma cobra venenosa? Ela teria sido tão bonita quanto Elizabeth Taylor no filme que a consagrou atriz como Cleópatra em 1963?
O livro analisa e responde as indagações sobre os atributos físicos e intelectuais da rainha. Afinal, ela era egípcia, mas nem tanto, já que foi herdeira de uma linhagem (os ptolomeus) que se inicia com Alexandre, o Grande, da Macedônia.
Além do aspecto político, a vida de Cleópatra tem amor, sexo e sedução. A rainha foi amante de dois dos homens mais poderosos do mundo naquele tempo. Teve um filho com Júlio César e três com Marco Antônio. Ela inicia sua derrocada ao se tornar centro da disputa entre Marco Antônio e Otávio pelo comando de Roma. Amante e aliada política de Antônio, Cleópatra era apontada como a responsável pelos desentendimentos entre os dois. Em uma das batalhas navais mais impressionantes da história, a esquadra de Cleópatra e Marco Antônio enfrentou a de Otávio nas águas do mar Jônico, na costa da Grécia. A contenda terminou com a vitória de Otávio e a debandada de Marco Antônio e Cleópatra, numa manobra controversa até hoje. Teria Marco Antônio traído seus soldados, abandonando-os no meio da guerra?
Analisando o mito em torno de toda a história de Cleópatra, é possível verificar como a imagem da última rainha do Egito modificou-se ao longo do tempo. Cada época a viu de um jeito. Ela já foi tratada como cortesã, feiticeira e até como prostituta, embora tenha se envolvido com apenas dois homens em toda a sua vida.
'Serviço':
Livro: Cleópatra
Autora: Arlete Salvador
Formato: 16x23 cm; 160 páginas
Preço: R$ 29,90