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Vida polêmica

Biografia de Amy Winehouse chega às lojas do Brasil

Agência Estado
31 dez 1969 às 21:33
- Arquivo/Folha de Londrina
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Chega às lojas do Brasil 'Amy Winehouse - Biografia', de Chas Newkey-Burden. Histórias para preencher as páginas não faltam se for contar a quantidade voraz de escândalos da cantora, envolvendo bebedeira, overdoses de drogas, shows interrompidos, brigas e tentativas de reconciliação ruidosas com o marido Blake Fielder-Civil. Em grande parte é disso que trata o livro (Editora Globo, 208 páginas, R$ 19,90), com tradução de Helena Londres.

Acontece que, como na mídia, o imenso talento artístico de Amy como cantora e compositora - sem dúvida a figura feminina mais importante da música pop desta década - acaba perdendo no livro para a lavação de roupa suja, pela torrencial quantidade de confusões em que ela se mete. De imediato, com tão pouco tempo de (fulminante) carreira artística, não poderia ser muito diferente, já que, como qualquer fã sabe, vida e obra de Amy se confundem. Seja nos dois álbuns - Frank (2003) e Back to Black (2006) - ou em canções avulsas, tudo o que ela canta com contundência foi bem vivido.

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O autor entrevistou o pai e a mãe da cantora, alguns jornalistas, pessoas do show biz e outras ligadas a ela, mas a biografia em grande parte reproduz notícias dos tablóides, compila frases de reportagens de jornais mais sérios, enumera suas premiações e conta como armou o estiloso cabelão. Para quem gosta de fofoca das mais venenosas, há farto material pontuando a agonia das overdoses de Amy e o sofrimento pela separação do marido.

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Entre as melhores partes há uma que detalha com bons comentários faixa por faixa os dois álbuns da cantora. Outros trechos interessantes em que a música é o centro da questão, fala-se de suas influências do jazz, dos shows bem-sucedidos, da conquista da América e as críticas favoráveis a suas atuações no palco e em gravações. Um dos entrevistados que saem em sua defesa é a jornalista britânica Julie Burchill, que a compara a Edith Piaf (1915-1963), Judy Garland (1922-1969) e Billie Holiday (1915-1959), mulheres históricas, divindades da canção planetária, com "grande talento para cantar" e "também uma grande capacidade para adotar um comportamento temerário".

Bom motivo para se preocupar com sua possível vinda ao Rio para o réveillon (deve ser uma festa fechada para 4 mil pessoas no Forte de Copacabana), seguida de pequena turnê que deve passar por São Paulo.


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