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o poder do Hip Hop

Dançarinos da região de Londrina vão dividir palco com Mano Brown no Tropicadelia

Letícia Cardoso - Estagiária*
26 set 2025 às 18:49

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Foto: Letícia Cardoso
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Dividir o palco com um ídolo de referência é o sonho de muitos jovens artistas. Os dançarinos Eduardo Tomaz e Mariany Araújo de Londrina, Mariana Camilo de Cambé, e Lucas Junio de Rolândia, após anos de luta e dedicação vão estar no mesmo palco que o cantor Mano Brown, ícone do rap nacional. Este grande encontro acontece neste sábado (27) na programação do Festival Tropicadelia.  


A trajetória do grupo começou cedo participando de projetos sociais, que ofereciam oficinas de dança, capoeira, teatro e outras atividades culturais. O grupo afirma que foi nesses espaços que encontraram apoio, disciplina e um caminho longe das armadilhas das ruas. "Os projetos sociais provocam um grande impacto na vidas de pessoas periféricas, trazendo culturas e histórias de representatividade para os jovens", diz Junio.

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Eles lembram que a cultura hip hop nasceu como voz de resistência das periferias, ultrapassou gerações e hoje continua sendo uma das expressões culturais mais potentes do país. "O movimento envolve dança, poesia, arte visual e, sobretudo, histórias de superação e pertencimento", afirma Mariany Araújo.      

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Foto: Letícia Cardoso


Rede de proteção de social


Esses relatos revelam como o hip hop atua não apenas como expressão artística, mas como rede de proteção social. Ainda assim, o grupo lamenta a falta de continuidade dos projetos. “Hoje em dia não existem muitos projetos sociais. Quando existem, muitas vezes estão direcionados apenas para o mercado de trabalho, e não para a arte e a cultura que realmente transformam vidas”, afirma Junio.

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“Eu comecei em projetos sociais com 8 anos. Pra mim, foi o que fez a diferença. A cultura foi me salvando da realidade difícil que eu vivia dentro de casa”, conta Mariany Araújo.


Dividir o palco com Brown, para eles, não é apenas a realização de um sonho individual, mas a confirmação de que a caminhada valeu a pena. “A gente imagina, mas quando acontece, a gente vê que é real. E mostrar pra galera que dá pra chegar lá", diz Mariana Camilo. “Quando na minha vida eu achei que ia estar de frente, do lado do Mano Brown? Quando eu achei que ia estar no mesmo palco que ele?!”, questiona a dançarina.

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O hip hop, segundo eles, não é só dança ou música. "É identidade. É a chance de sentir-se parte de algo maior, de uma comunidade que acolhe e reconhece talentos invisibilizados pela sociedade", analisa Junio.


O dançarino salienta que a cultura hip hop é capaz de romper barreiras sociais e geográficas, levando jovens periféricos a espaços onde nunca imaginaram estar. A vivência dentro do movimento muitas vezes abre portas para caminhos acadêmicos e profissionais inesperados. "Uma oficina de breaking pode despertar interesse por educação física; uma aula sobre a história do rap pode levar à sociologia. A cultura, nesse sentido, é multiplicadora de possibilidades", diz Junio.

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Foto: Letícia Cardoso


 Já Eduardo Tomaz reforça que a dança foi muitas vezes o único lugar de acolhimento. “Minha mãe sempre me apoiou, mesmo brigando com meu pai e minha família inteira. Ela acreditou em mim quando ninguém acreditava. A dança foi meu refúgio.”


“Na adolescência, a gente quer sentir parte de algo. Quer ser reconhecido. A cultura hip hop nos dá isso: a chance de pertencer, de existir com orgulho”, acrescenta Mariana Camilo.

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Estar ao lado de Mano Brown, para eles, tem um simbolismo que vai além da música. É a prova de que a periferia pode e deve ocupar grandes palcos, com a mesma força e legitimidade de qualquer outro artista.


As falas se entrelaçam em um ponto comum: a convicção de que a cultura é, de fato, um salvamento coletivo. “A cultura me trouxe um sentido, é isso que eu quero fazer com outras pessoas também”, afirma Mariany Araújo, que também é professora de dança.

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Mesmo após pausas e crises pessoais, os jovens afirmam que a dança sempre chama de volta. “Eu parei de dançar por um tempo, mas percebi que isso faz parte do que eu sou. Não dá pra fugir. O hip hop está dentro de mim”, comenta Araújo.


O grupo destaca que estar no palco não é apenas sobre eles, mas sobre representar toda a comunidade da qual eles fazem parte. “O público vai se sentir representado. Nós estamos lá em cima, mas é como se todos estivessem juntos conosco. A galera daqui vai se enxergar no palco”, afirma Junio.



Sob supervisão de Guto Rocha - Editor do Portal Bonde


Crítica social e apropriação cultural


Apesar da conquista, os dançarinos não deixam de criticar contradições do cenário cultural.


"Muitos festivais lucram em cima da cultura negra, enquanto os próprios artistas da periferia enfrentam dificuldades para ter acesso." A crítica feita pelo grupo reflete um debate mais amplo sobre acessibilidade e valorização real da cultura periférica, que ainda enfrenta barreiras para ser devidamente reconhecida.


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