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Com a queda de Fortaleza, Ceará e Sport, pode o Paraná assumir o protagonismo fora do eixo Rio–SP?

14 dez 2025 às 23:32



O rebaixamento simultâneo de Fortaleza, Ceará e Sport no Brasileirão 2025 abriu uma discussão importante sobre o reposicionamento das forças regionais no futebol brasileiro. O Nordeste vinha de anos expressivos, com o Fortaleza alcançando campanhas históricas e o Bahia iniciando um ciclo de crescimento sólido impulsionado pelo Grupo City. A queda de três representantes de uma só vez muda o mapa competitivo e cria um espaço que outras regiões podem ocupar — e o Paraná surge justamente nesse contexto, com Coritiba e Athletico retornando à elite em trajetória de recuperação.


Nesse cenário de mudança no mapa competitivo, o torcedor também passa a consumir conteúdos cada vez mais diversos: análises táticas, dados de desempenho e até guias práticos — entre eles como abrir a sua conta na Estrelabet — que acabam integrados ao universo de informação de quem acompanha o futebol de perto.


É importante ajustar a lente: quando falamos em eixo, falamos estritamente de Rio de Janeiro e São Paulo, centros que concentram recursos, imprensa, torcida e estrutura em nível superior. Logo atrás, vêm estados de enorme peso histórico como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que mesmo enfrentando momentos irregulares em 2025, seguem abrigando clubes de grandeza inquestionável. Nesse cenário ampliado, com o Nordeste enfraquecido no curto prazo, a pergunta ganha força: o Paraná está pronto para assumir um papel de protagonismo regional no futebol brasileiro?


O Nordeste perde tração, mas mantém potencial a médio prazo

Apesar de numeroso na Série A nos últimos anos, o Nordeste raramente ocupou espaço de protagonismo estrutural. O brilho recente veio de projetos específicos: o Fortaleza, com campanhas históricas e alcance continental; o Bahia, impulsionado por gestão profissionalizada e investimentos de longo prazo. Em 2025, porém, ambos os modelos ruíram ao mesmo tempo.


O Fortaleza não conseguiu sustentar o nível competitivo dos anos anteriores e falhou em jogos-chave, como a última rodada contra um Botafogo com formação mista. O Ceará, dependente apenas de um empate contra um Palmeiras reserva, também desperdiçou a chance de permanecer. O Sport, por sua vez, esteve ameaçado desde cedo.


O recuo de uma região inteira abre espaço para reposicionamentos — e é justamente aí que o Paraná se apresenta.


Paraná em alta: dois projetos diferentes, um mesmo destino

O Coritiba, campeão da Série B, reencontrou seu rumo através de um projeto marcado por estabilidade, contratações cirúrgicas e coerência tática. A diretoria evitou rupturas, corrigiu erros recentes e devolveu ao clube a assertividade competitiva que faltava há anos.


O Athletico-PR, por outro lado, tratou a Série B como missão obrigatória. Mesmo em um ano de queda, manteve investimentos, preservou jogadores importantes e apostou em sua base qualificada. O clube não abriu mão de sua identidade: intensidade, verticalidade e capacidade de revelar talentos. A estrutura construída nos últimos 15 anos mostrou resiliência ao absorver a queda e se reorganizar imediatamente.

Duas estratégias distintas, um mesmo desfecho: o Paraná volta com força à elite.


Inter e Grêmio: ano ruim, mas gigantes não deixam de ser gigantes

O momento vivido pelo Rio Grande do Sul em 2025 é, ao mesmo tempo, atípico e revelador. Tanto Internacional quanto Grêmio enfrentaram temporadas muito abaixo do potencial que suas estruturas e histórias sugerem. O Inter conviveu com o risco real de rebaixamento até a rodada final, enquanto o Grêmio terminou apenas seis pontos acima da zona de descenso, algo incomum para clubes de tamanha tradição. Mesmo em um ano tão irregular, é impossível dissociar esses dois gigantes do peso que carregam no futebol brasileiro: são instituições com capacidade de mobilização, investimento e reconstrução que poucas regiões do país possuem fora do eixo Rio–São Paulo.


Esse contraste entre grandeza histórica e desempenho recente ajuda a entender o cenário nacional com mais profundidade. Apesar da temporada instável, tanto Grêmio quanto Inter trazem consigo campanhas relevantes nos últimos anos — o Inter disputou dois vice-campeonatos brasileiros recentes (2020 e 2022) e protagonizou uma campanha muito forte na Libertadores de 2023; o Grêmio também esteve no topo ao ser vice-campeão do Brasileirão em 2023. Essas credenciais reforçam que o momento de baixa não altera o fato de que o Rio Grande do Sul continua sendo um dos polos mais influentes do país, capaz de se reerguer com velocidade.


A oscilação de 2025, portanto, não significa perda de protagonismo estrutural, mas indica uma fase de transição. E é justamente nessas transições que outras regiões podem ganhar espaço competitivo. O desempenho recente de Inter e Grêmio abre uma brecha — temporária, mas real — para que estados como o Paraná se projetem em um cenário que, normalmente, tem no RS um de seus centros de força fora do eixo tradicional.


Minas Gerais: reconstrução e oscilação em um dos maiores polos do país

Minas Gerais ocupa um lugar muito particular no futebol brasileiro. Está fora do eixo Rio–São Paulo, mas sua relevância histórica e competitiva sempre a colocou entre as regiões mais fortes do país. Em 2025, porém, o estado vive uma fase mista: por um lado, o Cruzeiro ressurge após anos turbulentos, reconstruindo seu modelo esportivo e finalmente voltando a apresentar desempenho compatível com seu tamanho; por outro, o Atlético-MG atravessa uma temporada irregular depois de viver seu auge recente, marcado pelo Brasileirão 2021 e a Copa do Brasil 2021, além de manter um dos elencos mais qualificados do país ao longo de boa parte da última década.


Esse contraste mostra como Minas é um polo que nunca deve ser subestimado. Mesmo quando um dos seus gigantes está em reconstrução, o outro costuma se manter competitivo o suficiente para influenciar o cenário nacional. Ainda assim, a combinação entre a recuperação do Cruzeiro e a instabilidade do Atlético cria um ambiente de indefinição momentânea — uma rara pausa em um estado acostumado a disputar títulos expressivos com regularidade.


Ao observar essa oscilação de Minas Gerais, fica claro que o protagonismo fora do eixo Rio–São Paulo está mais aberto do que em temporadas recentes. A força mineira continua grande, mas não se manifesta com a mesma intensidade ano após ano, o que contribui para um cenário em que outras regiões podem avançar, especialmente quando apresentam projetos consistentes, como o Paraná em 2025.


O Paraná pode assumir esse espaço?

A ascensão do Paraná em 2025 não é obra do acaso. O estado vive um momento de reorganização esportiva em que Coritiba e Athletico-PR construíram caminhos distintos, mas igualmente eficientes, para retornar à elite. O Coritiba reencontrou estabilidade após anos turbulentos, apostando em ajustes cirúrgicos, elenco equilibrado e uma gestão que evitou rupturas desnecessárias. A conquista da Série B não foi apenas um título, mas a confirmação de que o clube recuperou sua identidade competitiva.


O Athletico, por sua vez, encarou a Série B com a postura de um clube que sabe exatamente o tamanho das expectativas que carrega. Mesmo após um ano difícil, manteve investimentos, preservou uma base sólida de jogadores e seguiu valorizando sua formação de atletas. O projeto rubro-negro não se perdeu com o rebaixamento; apenas recalibrou sua rota. A equipe tratou a segunda divisão como um desafio temporário, e não como uma redefinição de identidade — e isso fez toda a diferença no resultado final.


O mais interessante é que esses dois modelos, embora muito diferentes entre si, convergem para um mesmo ponto: o Paraná chega à elite de forma competitiva, com dois clubes reconstruídos e capazes de disputar espaço num cenário em que outras regiões estão enfraquecidas no curto prazo. A força combinada de Furacão e Coxa coloca o estado em um patamar de relevância que não se via há anos, justamente no momento em que o Nordeste perde terreno e Rio Grande do Sul e Minas vivem oscilações.


Essa convergência cria uma oportunidade rara. O Paraná, que historicamente ocupava um papel intermediário, agora surge como candidato real a protagonizar o cenário fora do eixo Rio–São Paulo. Para consolidar essa posição, no entanto, será preciso transformar acesso em estabilidade, planejamento em evolução contínua e estrutura em desempenho duradouro. Mas, pela primeira vez em muito tempo, o caminho está aberto — e a dupla paranaense tem condições reais de ocupá-lo.


Um novo mapa do futebol brasileiro começa a se desenhar

O que vivemos em 2025 não é apenas um ano atípico: é o início de um ciclo em que as regiões fora do eixo Rio–SP estão reposicionando seus papéis. O Nordeste perdeu força, RS e MG atravessam transições, e o Paraná se fortalece com duas equipes subindo juntas.


Protagonismo regional não se conquista em uma temporada — mas começa exatamente assim: com timing, consistência e visão. E em 2026, todos os olhos estarão voltados para Athletico e Coritiba para ver se o estado está pronto para assumir esse novo lugar no futebol brasileiro.

 

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