Maya Massafera, apresentadora e influenciadora famosa que passou, muito recentemente, por um processo de transição de gênero, enfrentou nos últimos dias, alguns problemas com sua nova imagem.
Em um desabafo no instagram, a influenciadora contou que sofreu com uma disforia corporal muito grande durante o Festival Anual de Cinema de Cannes, o que fez com que ela se isolasse em seu quarto de hotel por não querer ser vista.
Segundo a psicanalista Andréa Ladislau, a disforia é uma condição clínica geral com sintomas psiquiátricos que não chega a ser considerada um transtorno mental. Ela explica que é um diagnóstico muito comum, principalmente para pessoas que fazem a transição de gênero.
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Assim, nesses casos, a disforia pode ser definida como o desconforto com a distorção de imagem ao longo do período de adaptação da nova condição escolhida. "É, na verdade, uma mudança repentina de sensações, causando transitoriedade do estado de ânimo, alternando as emoções e flutuando para um mal estar alicerçado por uma possível depressão e ansiedade generalizada. Ou seja, instala-se um sentimento de perda do prazer diário, associado ao descontentamento com pequenas coisas", explica.
Para a psicanalista, essa mudança vai muito além do desejo aceitação. "Eles estão fixados em um realinhamento da forma como esse indivíduo se enxerga e como ele acomoda em si, a pressão pelo olhar do outro. Afinal, sabemos que esse tema ainda é carregado por tabus e desconhecimento."
No caso de Massafera, a especialista conta, a feminilização corporal e facial exigiram muitos procedientos estéticos e cirúrgicos de redesignação sexual, o que afeta não somente o corpo físico, mas também com a mente e o emocional da pessoa.
Desta maneira, a mistura de sentimentos que acompanham a transição podem provocar de siquilíbrio psíquico, principalmente nos primeiros meses após a transformação. A psiquiatra aponta que os sintomas causados pela disforia de gênero incluem a melancolia, pessimismo, alteraçã de humor, choro em excesso, tristeza profunda, necessidade de isolamento, perturbação emocional, distorções alimentares, entre outros.
Com todas essas manifestações, é importante que essa transformação, por ser muito radical, seja feita com um acompanhamento psicológico intenso, desde o primeiro momento da opção de mudança, para trabalhar a autoestima, a autocompaixão e complexos enraizados, reduzindo os impactos negativos de possíveis julgamentos e preconceitos que a pessoa possa vir a sofrer.
"A psicoterapia vai auxiliar no processo emocional construindo pontes, conexão e vínculos fortes, rígidos e assertivos, de equilíbrio entre a nova condição de gênero sexual e o gênero de nascença", comenta.