Uma parcela de 32,3% das mulheres vivia abaixo da linha de pobreza em 2022 no Brasil, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O percentual é maior do que o registrado entre os homens (30,9%) e a população geral (31,6%).
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Segundo o IBGE, a extrema pobreza também alcança patamar mais elevado entre as mulheres. Em 2022, 6,1% da população feminina era considerada extremamente pobre no país, ante 5,7% dos homens e 5,9% da população geral.
Os dados integram a terceira edição de uma síntese de indicadores sociais das mulheres, que reúne estatísticas de diferentes pesquisas.
No caso dos números de pobreza e extrema pobreza, a fonte dos resultados é a Pnad Contínua, uma das principais publicações do IBGE. A divulgação da síntese coincide nesta sexta com a celebração do Dia Internacional da Mulher.
O instituto leva em consideração linhas de pobreza e extrema pobreza recomendadas pelo Banco Mundial. A medida de pobreza é de US$ 6,85 em PPC (paridade do poder de compra). A de extrema pobreza, por sua vez, é de US$ 2,15, também em PPC.
Na prática, pessoas que viviam com quantias inferiores a essas por dia foram consideradas pobres ou extremamente pobres.
O ano de 2022 foi marcado pela retomada do mercado de trabalho e por transferências de recursos de programas como o Auxílio Brasil, ampliado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições presidenciais, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em meio a esse cenário, tanto a pobreza quanto a extrema pobreza caíram no Brasil. Entre as mulheres, a taxa de pobreza recuou da máxima de 37,7% em 2021 para 32,3% em 2022, o menor nível desde 2020 (31,7%). A série histórica começou em 2012.
De 2021 para 2022, também houve redução da taxa de pobreza entre os homens, de 35,6% para 30,9%. Na população geral, o indicador baixou de 36,7% para 31,6%.
Quando se trata da extrema pobreza, a taxa entre as mulheres caiu do pico de 9,4% em 2021 para 6,1% em 2022, o menor nível desde 2015 (5,7%). A redução também foi registrada entre os homens (de 8,6% para 5,7%) e na população geral (de 9% para 5,9%).
41,3% DAS MULHERES PRETAS OU PARDAS SÃO POBRES
O levantamento do IBGE cruza dados de sexo e cor ou raça. Em 2022, a taxa de pobreza entre as mulheres pretas ou pardas foi de 41,3%, quase o dobro do percentual entre as brancas (21,3%).
Desigualdade similar é verificada entre os homens. Em 2022, a taxa de pobreza foi estimada em 38,6% para os pretos ou pardos, acima da marca de 20,6% dos brancos.
As diferenças também aparecem na extrema pobreza. Em 2022, 8% das mulheres pretas ou pardas eram consideradas extremamente pobres no Brasil, mais do que o dobro do percentual entre as brancas (3,6%).
Entre os homens, o mesmo indicador foi de 7,4% para pretos ou pardos. Também é mais do que o dobro da taxa de extrema pobreza dos brancos (3,4%).