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Morre Guido Crepax, criador de Valentina

31 jul 2003 às 09:52
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Valentina está triste. Afinal de contas, perdeu seu pai, um dos maiores artistas italianos da arte sequencial. Guido Crepax faleceu ontem em Milão aos 70 anos, vítima de complicações de uma esclerose.

Crepax é, ao lado de Eleuteri Serpieri e Milo Manara, o maior nome do fummeti (quadrinho italiano) erótico. Ele nasceu em Milão, onde estudou arquitetura e publicou sua primeira ilustração em 1958, para a revista Tempo Medico. Em seguida ele desenvolveu seu traço e narrativa na revista Linus, em 1965, com o super-herói conhecido como Neutron. Porém, o protagonista acabou perdendo espaço para a sedutora repórter Valentina.

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Com o sucesso da beldade -inspirada na pin-up Louise Brooks, famosa atriz do cinema mudo -, Crepax então passou a publicar HQs eróticas ousadas, que exploravam o fetiche, o sadomasoquismo e a violência. Porém, diferente do que poderia acontecer nos dias de hoje, esses elementos não eram usados de forma desnecessária ou apelativa.

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Valentina, uma das primeiras bad girls dos quadrinhos, era impetuosa e ousada e usava de toda sua sensualidade para conseguir o que queria. Politicamente incorreta para os padrões da época, ela manipulava os homens e mulheres com seu charme irresistível. Além disso, Valentina saiu dos papéis e virou símbolo da revolução sexual e feminina: numa época de iconoclastia - crescia a contracultura e os questionamentos sobre os valores da sociedade - a personagem explorava todo o imaginário reprimido e mostrava a mulher dominadora, que subjugava o homem e era subjugada quando queria.

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O milanês também tinha um estilo inconfundível de narrativa. Os traços leves e finos, de espessura única, impunham delicadeza nas belas curvas de suas mulheres. Crepax também sabia usar o preto-e-branco com muita habilidade, usando os contornos para dar movimento e suavidade. Como gostava de sugerir imagens e brincar com a imaginação do leitor, o artista buscava utilizar os espaços em branco estrategicamente como 'respiro' para que os espectadores pudessem construir mentalmente suas cenas com mais detalhes.


No Brasil a LP&M e Martins Fontes chegaram a publicar a adaptação do autor para o romance Anita, Bianca e Justine, de Marquês De Sade. Em 99, ele ilustrou O Processo, de Franz Kafka e nos últimos dois anos lançou dois álbuns de Valentina. Crepax acabou publicando outros títulos e personagens, como L'Astronave Pirata, La Casa Matta, La Calata di Mac Similiano, Belinda e Bianca, todas recheadas de erotismo. Porém, nenhuma outra emplacou como Valentina, que agora chora a morte do pai.

Música+Quadrinhos: Beatles+Valentina


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